Os documentos publicados pela revista “Cambio” esclarecem detalhes da conspiração PT-Farc, mas não são de maneira alguma necessários para prová-la. Ela já estava provada, muito além do que a mente mais cética poderia desejar, nas atas do Foro de São Paulo e nas edições da revista comunista “America Libre”. Se um grupo de políticos se reúne com delinqüentes para traçar uma estratégia em comum com eles para a tomada do poder, isso já constitui, acima de qualquer dúvida razoável, delito de formação de quadrilha.
Elaborar um plano revolucionário junto com quem quer que seja é aceitá-lo, a priori, como futuro parceiro na partilha do aparelho de Estado, com toda a promessa de vantagens comuns que isso implica. Portanto, o sr. Luís Inácio Lula da Silva e outros líderes petistas, conscientes dos crimes hediondos praticados pelas Farc, pelo Mir chileno e organizações congêneres, inclusive contra cidadãos brasileiros, não só se omitiram de denunciar seus autores mesmo quando estes se encontravam no território nacional, e incorreram assim em delito de prevaricação, mas ainda os premiaram antecipadamente, convidando-os para desfrutar com eles os benefícios do poder sobre todo um continente.
Mas essa aliança nunca foi só um plano de futuro: foi uma prática presente, efetiva, ao longo de toda a existência do Foro de São Paulo. Qualquer plano estratégico traçado em comum entre organizações militantes absorve e integra em si, por definição, as várias ações, lícitas e ilícitas, desempenhadas por todas elas em seus respectivos campos de atuação. A articulação engenhosa, ora camuflada, ora ostensiva, da luta política legal com o uso da violência criminosa é uma tradição centenária do movimento comunista. No Foro ela é mais que visível, na medida em que os assassinatos, os seqüestros, o contrabando de armas e o narcotráfico prosseguiram imperturbavelmente ao longo dos dezesseis anos em que o sr. Luís Inácio Lula da Silva presidiu a entidade. Nem uma única vez, ao longo desse tempo, ele deu ali o menor sinal de descontentamento ou inconformidade com esses crimes. Bem ao contrário, aplaudiu e apoiou seus autores ao ponto de condenar como “terrorismo de Estado” as ações antiguerrilha do governo colombiano. Já em plena gestão presidencial do sr. Lula, seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, ao lado do principal intelectual petista, Emir Sader, continuava publicando uma revista de propaganda comunista em associação com as Farc, enquanto seu partido se mobilizava, sistemática e obstinadamente, para proteger e libertar cada agente dessa organização ou do Mir chileno preso no Brasil. Se isso não é formação de quadrilha, por favor me expliquem o que é.
Olavo de Carvalho
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PT / FARCs / Imprensa Bananesa
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A verdade sobre o PT e as FARC
Um escândalo maiúsculo levantou-se no Brasil pelas revelações da revista “Cambio”, segundo as quais membros do alto governo de Lula estariam vinculados às FARC.
Os próprios incriminados – entre eles o chanceler Celso Amorim e o assessor Marco Aurélio Garcia – puseram a boca no mundo, alegando que não têm nada a ver com a guerrilha colombiana e que, pelo contrário, foi o Partido dos Trabalhadores (PT) quem “afastou as FARC do Foro de São Paulo”.
Entretanto, os fatos demonstram que o PT e o próprio Lula mantiveram relações não só com as FARC, como também com o ELN.
Em julho de 1990, o Partido dos Trabalhadores – junto com o Partido Comunista de Cuba – convocou uma reunião na cidade de São Paulo, para discutir o que fazer frente a queda do muro de Berlim e o provável desaparecimento do comunismo. À reunião assistiram sessenta e oito forças políticas pertencentes a vinte e dois países latino-americanos, entre eles as FARC e o ELN.
Ali decidiram conformar uma nova organização política, de alcance continental, à qual denominaram Foro de São Paulo (FSP), para manter viva a utopia marxista. Estabeleceram um mecanismo de comunicação permanente, encontros anuais, uma revista semestral – América Libre - e uma junta diretora, denominada Grupo de Trabalho.
Tanto o PT como as FARC estiveram – ombro a ombro – no Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, desde sua fundação até (ao menos) março deste ano; quer dizer, durante dezoito anos. Enquanto o Conselho Editorial de América Libre [*] teve – desde seu primeiro exemplar até o mais recente – algum porta-voz do PT e o número um das FARC, Manuel Marulanda, codinome Tirofijo.
O confisco do computador de Raúl Reyes, ocorrido em março deste ano, acendeu os alarmes de todos os aliados das FARC, inclusive os do PT, porque nos discos rígidos ficava plenamente demonstrada não somente uma afinidade ideológica, senão uma aliança política e operacional com o narco-terrorismo colombiano. Isso sim é que eram palavras maiores.
Deste modo, o PT ordenou uma estratégia de desacoplamento, a qual começou em maio na cidade de Montevidéu, com uma coletiva de imprensa outorgada pelo alto dirigente petista Valter Pomar, que ocupava o cargo de Secretário Executivo do XIV Encontro do Foro de São Paulo.
Pomar anunciou com estardalhaço e arrogância que as FARC já não pertenciam ao Foro de São Paulo. Entretanto – para sua desventura – Daniel Ortega se encarregou de desmenti-lo dois dias mais tarde, quando pronunciou um apaixonado discurso a favor de Manuel Marulanda, que foi ovacionado de pé por todos os participantes do Encontro, inclusive a delegação do PT.
Em resumo, a vinculação entre o PT e as FARC é fácil de demonstrar. Ocorre através do Foro de São Paulo. Há milhares de documentos públicos que o certificam. O problema é que Lula é nada menos que o Presidente da República e o PT é o partido do governo. Portanto, embora existam as provas, dificilmente haverá castigo porque as próprias autoridades irão querer impedir ou sabotar qualquer julgamento.
Só uma Comissão Internacional da Verdade, composta por personalidades de toda a América, será capaz de levar ao banco dos réus os acusados e de levar ao cárcere os que durante tantos anos foram aliados do narco-terrorismo colombiano.
MSM
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