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07/08/2008

Classe Média da Pobreza







































Ou seria pobreza da classe média? Vez em quando não resistimos a esses trocadilhos, pois os fatos que ocorrem no Brasil não deixam margem para os evitarmos. Os trocadilhos costumam comunicar o contexto do tema de forma direta e reflexiva, além da ironia.

A pesquisa feita pelo IPEA e divulgada com alarde pela imprensa deve ser interpretada com clareza e sem o ufanismo pretendido pelo Palácio do Planalto, depois que o IPEA deixou de ser independente e passou a ser mais um órgão diretamente ligado ao Poder Central, fato que aliás, já rendeu bastante no ano passado com a dispensa de renomados e independentes economistas.

A percepção do que seja uma classe média é evidente para qualquer pessoa que tenha mais de 30 anos de idade ou que conheça alguma coisa de outros países do chamado Primeiro Mundo e mesmo países emergentes como o Brasil. Classificar como “ricas” pessoas que fazem 40 salários mínimos mensais – cerca de R$ 16.000,00 – é um erro dos mais crassos, e tem, em nossa opinião implicações ideológicas. E se não tem, o que seria?

Ao se fazer contas das necessidades de uma família de 04 pessoas, com renda nessa faixa, se perceberá que esta é exatamente a classe média que é conhecida mundialmente. Um automóvel na faixa dos R$ 100 mil, uma residência na faixa de R$ 1 milhão, sem considerar zonas residenciais extremamente valorizadas, mensalidades escolares e universitárias com todos os seus acessórios, roupas, assistência médica, é isso que preenche o cotidiano de uma família de classe média e não rica como pretende o relatório.

A aquisição de bens por parte das classes D e E se deve ao forte crescimento do crédito, com prazos bastante alongados, atraindo as pessoas pela possibilidade de consumir pagando prestações que caibam em seu orçamento, independente dos juros que multiplicam por três o valor dos bens. Fato aliás, que cria uma preocupação em alguns analistas financeiros sobre a possibilidade de sub-primes tupiniquins por conta da rápida desvalorização de bens como automóveis ao longo de cinco anos. Mas não há como negar que isso impulsionou as vendas de produtos em vários setores, a questão que passa a surgir é sobre a sustentabilidade desse crescimento mantendo-se o caótico quadro tributário, fiscal, burocrático, trabalhista e regulador do modelo brasileiro.

Por outro lado, a revelação de que os programas sociais tiraram da miséria absoluta alguns milhões de pessoas é auspiciosa. Embora não se deva recomendar a nenhuma Nação a fazer o que o Brasil fez, ao criar as bolsas de auxilio, até por suas conotações eleitoreiras, não se deve deixar de reconhecer que muitas pessoas usaram os recursos para se alavancarem em micro-negócios. Prova inconteste de que a população em geral deseja oportunidade de trabalho, de produzirem seu sustento, aceitando os auxílios federais por não terem outra saída. E é claro que existem os parasitas sociais, como em qualquer sociedade em qualquer país, que deseja mesmo é viver às custas do governo. Para isso, ainda não foi encontrada uma solução não assistencialista.

Mas a conclusão do IPEA refletida nas palavras do seu presidente são ainda mais equivocadas. Segundo matéria da BBC Brasil, ele declarou “ser necessário notar que os significativos ganhos de produtividade não estão sendo repassados aos salários, indicando que os detentores dos meios de produção podem estar se apoderando de parcela crescente da renda nacional". A fim de demonstrar isso, o Ipea destaca o contraste aumento da produção física da indústria brasileira, de 28,1%, e dos ganhos de produtividade do trabalhador, de 2,6%, com os ganhos na folha de pagamento do trabalhador, de apenas 10,5%.

Ora! Algumas empresas e setores até podem estar produzindo mais, exigindo maior produtividade de cada funcionário, por conta da competitividade cada vez maior, mas os repasses desse aumento de produtividade estão sendo absorvidos pelo próprio governo, através de uma carga tributária cada vez mais extorsiva, tanto na fonte dos salários – as empresas – quanto no consumo feito pelos assalariados, quando gastam seus proventos no comércio, pagando 50% de impostos em cada produto adquirido. Ou seja, é o próprio governo que se apodera “dessa parcela crescente da renda nacional”.

Não gostamos e não aprovamos visões catastróficas. Queremos, como qualquer brasileiro, ver a prosperidade real da Nação. Apenas procuramos alertar para fatos dentro de uma realidade que ainda não é mostrada com clareza para a maior parte da população. E que em Economia, os números não mentem, embora possam ser maquiados pela retórica. Mas toda maquiagem tem duração curta. O mercado tem vontade de crescer. As pessoas têm vontade de consumir. As empresas têm vontade de produzir e fazer mais dinheiro. Mas não se pode deixar levar apenas pelos números atuais, e muito menos da forma como são colocados. O ambiente para fazer negócios no Brasil continua péssimo sem compaado com outras 100 nações que estão à nossa frente nos índices de desenvolvimento econômico e liberdade.

Infelizmente, o que se vê agora é que o que está em jogo não é a Eleição deste ano, é a de 2010...

Instituto Federalista


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