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05/07/2008

Blog ÁCIDO
























Mais uma medalha no pescoço da vaquinha.desta vez o prêmio Blog Ácido, criado por Manuel Arrias do blog De Libre Opinión Política, por motivo de celebrar o primeiro aniversário de seu blog, aproveitando a data para premiar um seleto grupo de blogueiros na América conhecidos pela criatividade, coerência e acidez de suas opiniões
Este foi a mim presenteado , mais uma vez, pelos amigos Martha Colmenares da Venezuela e os brasileiros Gaúcho e Gabriela .E como pede a regra repasso a outros blogueiros do mesmo estilo ácido de dizer o que pensa :

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Alerta Vermelho!




















Não se iludam! Sempre haverá guerras, e o Brasil está na fila de espera


"Si vis pacem, para bellum". Se desejas a paz, prepara-te para a guerra", diz o clássico aforismo latino de Tucídes. Não se iludam! Sempre haverá guerras, e o Brasil está na fila de espera. E estamos condenados a sermos derrotados e humilhados, porque não estamos fazendo o dever de casa.
Primeiro, consultemos a História. Foi tal o horror da Primeira Guerra mundial que ela foi cognominada "a guerra para acabar com todas as guerras". Também ao final da Segunda Guerra Mundial os inocentes de plantão acharam que, agora sim, seria mesmo a última guerra.
Ledo engano. Às duas guerras mundiais sucedeu-se o horror da guerra fria, ameaçando um armagedon nuclear capaz de destruir toda a vida humana na Terra. Além disso, dezenas de guerras têm pipocado pelos quadrantes do Globo, enquanto muitas outras estão em gestação. A China continua de olho em Taiwan e, a longo prazo, até nos Estados Unidos. A Coréia do Norte, com a população morrendo de fome, gasta milhões para manter seu enorme exército e desenvolver armas atômicas. Pretende ocupar a Coréia do Sul e, por que não, o Japão. No Oriente Médio, temos uma guerra, entre Israel e palestinos, que dura mais de três milênios, hoje apoiada pela Síria, e pelo Irã, país que também planeja transformar-se em uma potência nuclear, como sempre, de olho nos Estados Unidos. Todos os países retrógrados têm inveja dos Estados Unidos e o elegem como inimigo preferencial.
No Brasil, acredita-se que estamos blindados contra a eventualidade de uma guerra. Aproveitando-se deste mito, o atual governo, agente do movimento comunista internacional, tem sucateado as Forças Armadas, que vivem uma penúria de fazer dó. Certas republiquetas da América Latina seriam capazes de dar-nos uma tremenda surra. Enquanto isso, Lula continua cortando recursos das Forças Armadas. Esbanjou quase toda a verba da Aeronáutica em um avião luxuosérrimo, para estabelecer, em escala mundial, um Império do Mal contra os Estados Unidos. Só tem colhido fracassos e humilhações.
Para ludibriar as Forças Armadas, presenteou a Aeronáutica com sucatas voadoras, descartadas por outros países. A Marinha também ganhou um monte de ferro velho apelidado de porta-aviões, para "calar a boca dos rapazes", e o projeto da construção de um submarino atômico, em associação com a Alemanha, foi engavetado, pois as verbas foram "contingenciadas" para subsidiar o aparelhamento do Estado pelo PT, descrito pelo Procurador Geral da União como "sofisticada organização criminosa". Agora no poder! Claro, o presidente teflon foi preservado, apesar de que os setores esclarecidos da sociedade sabem muito bem quem é o chefe da quadrilha.
A história não registra casos de nações que se armaram até os dentes sem desaguar em atividades guerreiras. No início do século passado o Japão, em uma fúria militarista, venceu a Rússia, invadiu a Mongólia e vários países do sul asiático. Em 1941, covardemente tentou destruir a armada americana em Pearl Harbor. Depois, tentou acabar o serviço em Midway, quando sofreu arrasadora derrota pelos americanos.
A partir da ascensão de Hítler ao poder, em 1933, a Alemanha, rasgando o Tratado de Versalhes, também entregou-se com afinco a construir a maior força bélica do Planeta, enquanto o mundo assistia o patético Primeiro Ministro inglês Chamberlain assinar com Hítler o Pacto de Paz de Munique (1938). Uma piada! Fez papel de palhaço, brandindo o pacto, enquanto Hítler incorporava a Áustria e os sudetos tchecoslovacos, e preparava-se para invadir a Polônia, a França, a Dinamarca, a Bélgica, a Holanda, a União Soviética e a própria Inglaterra.
Atualmente, no submundo latino-americano, a mídia brasileira, que só publica matéria de interesse de seus anunciantes (o maior anunciante é o governo, claro) , mantém-se silenciosa a respeito de uma futura guerra que está sendo gestada em nosso continente, na qual o Brasil certamente será invadido, derrotado e humilhado. Não temos mais poderio bélico, que foi destruído pelos últimos presidentes de esquerda que se sucederam ao governo militar, culminando com o comunista Luiz Inácio Lula da Silva, que joga no time de Hugo Chávez e do cocaleiro Evo Morales, e não no time do Brasil.
Hugo Chávez, um arruaceiro montado em petrodólares, do mesmo estofo de Hítler, Stálin, Saddam Hussein, Armadinejad, Idi Iamim Dadá e outros degenerados, está entregue a um feroz programa armamentista e, certamente não é para distribuir bombons a seus vizinhos, particularmente à Colômbia e ao Brasil. A agressão sofrida pela Petrobrás na Bolívia, que foi arquitetada em uma reunião entre Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chávez, amiguinhos de Lula, não deixa dúvidas a respeito do futuro vexaminoso que aguarda o Brasil. Conforme já previu Olavo de Carvalho, cujas previsões sempre se confirmam, a presença de mais de vinte mil soldados cubanos na Venezuela e de tropas da Venezuela nas FARC colombianas sugere que Chávez pretende provocar uma reação dos Estados Unidos para aliciar toda a América Latina contra os americanos. Não podemos subestimar a paranóia de Chávez, para não corrermos o risco de nos transformarmos em chamberlains dos trópicos.
Não há dúvida que uma corrida armamentista, unilateral foi deflagrada na América Latina. Chávez já adquiriu centenas de milhares de fuzis russos e está montando um fábrica dos mesmos na Venezuela. Em sua coluna semanal, em um periódico de São Paulo, José Sarney revelou que o demente, montado em petrodólares, pretende gastar sessenta bilhões de dólares em armamentos, lembrando a Alemanha nazista do século passado. Tem planos de adquirir caças Sukhoi russos, 600 mil bombas, estações de radar ultra sofisticadas, produzidas pela China, mais de dez submarinos, além de outros equipamentos de alta tecnologia. A história se repete, como sempre!
Não temos mais um Caxias para nos defender. Ao contrário, temos Lula, inimigo do Brasil, comunista escrachado, anti-americanista paranóico, submisso aos planos comunistas de Chávez, Fidel Castro e Morales, alheio aos interesses do Brasil, como ficou claro quando de sua capitulação ao verdadeiro ato de guerra da Bolívia, que invadiu com suas forças armadas as instalações da Petrobrás, ou seja, do povo brasileiro. Lula colocou-se francamente a favor de Morales, dizendo que o Brasil poderia ajudar a minorar a pobreza dos bolivianos, enquanto o ultra-comunista Marco Aurélio Garcia, puxa-saco de Hugo Chávez, eminência parda de Lula, declarou que a Petrobrás já havia ganho muito dinheiro na Bolívia, sugerindo que , por isso, poderia ser expropriada pelo cocaleiro teleguiado por Fidel e Chávez.
A situação torna-se mais séria porque só os Estados Unidos poderiam acudir-nos, porém o desgoverno Lula não se cansa de demonstrar hostilidade ao grande irmão do Norte, explicitamente recusando-se a entrar para a Alca e tentando organizar uma frente do mal contra os Estados Unidos, reunindo a escória dos países do Globo, obedecendo às decisões do Foro de São Paulo e agachando-se vergonhosamente perante a trinca Fidel, Chávez e Morales. Está participando até em um plano para transformar o Mercosul no embrião de uma futura aliança militarista, com vistas a hostilizar os Estados Unidos, como sempre.
No front interno Lula, ao mesmo tempo que enfraquece as Forças Armadas, fortalece as quadrilhas do MST e do MLST, fornecendo bilhões de reais para que eles se armem para ajudá-lo a implantar um sistema autocrático que ele, eufemisticamente, apelidou de socialismo. É óbvio que essas quadrilhas, disfarçadas em "movimentos sociais", são as reais forças armadas de Lula que, de fato, não passa de um agente do Foro de São Paulo, infiltrado no mais alto escalão do governo, devido à ingenuidade de 53 milhões de brasileiros que acreditaram em suas mentiras.
Qual será o destino do País, ameaçado de ser atacado por um país vizinho, dirigido por uma caricatura de Hítler, tendo, no entanto, na presidência e em milhares de cargos públicos, agentes infiltrados do comunismo internacional, sem falar nas hostes do MST e do MLST, todos eles aliados aos psicopatas que pretendem estabelecer a tal República Bolivariana, presidida por ninguém menos que Hugo Chávez, hoje o líder incontestável do império do mal que está se formando na América Latina, estritamente de acordo com os objetivos delineados no Foro de São Paulo? Preparem-se para o pior. A única luz que podemos distinguir no fim do túnel é o de uma locomotiva a todo vapor: uma locomotiva chamada Hugo Chávez.
PENSAMENTO DO DIA: "As Forças Armadas não podem ficar caladas. Esses comandantes estão aí a obedecer a quem? Reajam comandantes militares, reajam enquanto é tempo, antes que o País caia na desgraça de uma ditadura sindical presidida pelo homem mais corrupto que já chegou à Presidência da República". Senador Antônio Carlos Magalhães, 6 de junho 2006.Huascar Terra do Vale


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Sapo Escaldado






















A população perdeu a capacidade de indignar-se. Por muito menos do que o PT foi acusado, Collor foi impichado


Se você jogar um sapo em água quente ele saltará imediatamente, e salvar-se-á. No entanto, se for esquentando a água aos poucos, o sapo não perceberá, até morrer escaldado. É uma fábula antiga, porém serve como uma luva no Brasil de hoje. Desde o que se convencionou chamar "volta à democracia", nos anos 80, a roubalheira tem experimentado um crescendo vertiginoso, enquanto a população vai sendo anestesiada aos poucos e não percebe que está sendo escaldada em gatunagens cada vez maiores. O que houve, de fato, foi a "volta à cleptocracia".

Todas as semanas estouram escândalos, cada vez maiores. As "autoridades" prometem inquéritos e encomendam pizzas. A população perdeu a capacidade de indignar-se. Por muito menos do que o PT foi acusado, Collor foi impichado.

No Brasil, segundo o Pe. Antônio Vieira, rouba-se "em todos os tempos e modos". A arte de furtar tem crescido como bola de neve. Só ladrões de galinha desafiam a lei e são presos. Hoje, a maior roubalheira tem sido por meio do governo, onde impera a impunibilidade. Os ladravazes da República roubam ao abrigo de leis que eles mesmos fazem, como, por exemplo, a constituição bandida de 88. São ainda peritos em manobras semânticas. Disfarçam as roubalheiras como "imposto", "taxa", "indenização", "adicionais", "gratificações", direitos adquiridos, isonomias etc., etc., etc.

Países emergentes como o Brasil, tais como Argentina e México, têm uma carga tributária de menos de 20% do Produto Interno Bruto. No Brasil, no governo, ou melhor, no desgoverno FHC, a carga tributária subiu de 24 para 36% do PIB. Uma calamidade. Quais grandes obras foram realizadas com este aumento aterrador da tributação, além do apagão? Temos o direito de supor que este aumento de arrecadação foi simplesmente roubado ou aplicado no aparelhamento do Estado, o que é ainda pior que roubar.

Lula deu mais um empurrão e a carga tributária aproximou-se de 40%. Por enquanto! Se contarmos o que o cidadão é obrigado a gastar para suprir o que o governo não proporciona, apesar de recolher imposto para tanto, como as despesas com planos de saúde, com segurança, os prejuízos causados pelas estradas esburacadas, a dupla cobrança de impostos para a inexistente manutenção das estradas, e outras, a carga tributária avizinhar-se-á dos 50%, um horror!

Como muito bem se expressou Grover Cleveland, duas vezes presidente dos Estados Unidos: "Quando parte do sustento do cidadão é extraída na forma de tributação superior ao que seria necessário para cumprir as obrigações justas do governo e de uma administração sóbria, esta tributação não passa de uma impiedosa extorsão e uma violação dos princípios fundamentais de um governo livre".

Falou e disse! No governo militar, de saudosa memória, o governo, porque não roubou, realizou grandes obras de infra-estrutura, sem as quais o Brasil estaria no mesmo nível da Bolívia. Hoje, com o dobro da tributação, incidindo sobre um PIB quatro vezes maior, o governo utiliza esta montanha de dinheiro, não em favor da população, mas para pagar salários milionários a certas castas de marajás; para pagar mensalões e para ser roubada pelos sanguessugas que pululam em Brasília. Prova disso são os escândalos que se sucedem, especialmente envolvendo o PT, o partido que, segundo José Dirceu: "não rouba nem deixa roubar". Que cara de pau!!! Nem o Barão de Münchhausen mentia tanto!

Nos anos 60 e 70, do século passado, inúmeras quadrilhas de bandidos, da pior espécie, usando como pretexto a fracassada ideologia marxista, cometeram toda espécie de crimes hediondos: assassinatos a sangue frio, tortura, justiçamentos, assaltos a bancos e a carros-fortes, trens e minas (para roubar explosivos), seqüestros e atos de terrorismo. O objetivo destas quadrilhas era o mais torpe possível: implantar a ditadura vermelha. Se conseguissem, depois da matança de sempre estaríamos em um "miserê danado", igual a Cuba, nas palavras de Lula. No entanto, depois de perder a guerra nas ruas e nos campos, deflagraram a guerra das mentiras e enganaram toda a Nação. Vestiram peles de cordeiro e se apresentam como vítimas daqueles que não fizeram mais que cumprir, com denodo, o dever de controlar seus crimes. Os homens da lei é que foram vítimas desta ralé.

As roubalheiras são tantas que necessitariam um dossiê de milhares de páginas. No entanto, se tivéssemos de dar um "Oscar" para a maior das roubalheiras, em andamento, não teríamos nenhum dúvida em apontar o escândalo das indenizações aos supostos perseguidos políticos pelo que eles chamam ditadura. Com a mendacidade que os caracteriza, os comunas manipulam a opinião pública, invertendo valores e se enriquecendo à custa da ingenuidade e, porque não dizer, burrice, da opinião pública brasileira. A verdade é que eles não queriam, de maneira nenhuma, combater, porém implantar uma ditadura comunista, sob a égide dos facínoras de Moscou. Pelotão de fuzilamento é o que mereciam.

Escândalo dos escândalos! No governo do cripto-comunista FHC, promulgaram uma lei que não só isentava os bandidos de penalidades pelos crimes horrorosos praticados, como ainda lhes concedia "indenizações" milionárias e salários estratosféricos. Total inversão de valores, que é a essência do comunismo. Os bandidos, em vez de punição, foram recompensados e, freqüentemente, alçados a altos cargos na administração pública. Temos, por exemplo, uma terrorista, que participou de várias ações armadas, inclusive o assalto ao cofre de Adhemar de Barros (consta que o assalto rendeu dois milhões de dólares) e que foi brindado com um ministério... . Não conheço, nem no Código Penal nem alhures, nenhum artigo que diga que crimes cometidos por motivos ideológicos merecem recompensas em vez de castigo. Se existisse tal artigo, seria o caos. Aliás, é o que está ocorrendo...

Até o Presidente Lula, que nunca foi um perseguido político, recebe uma pensão mais de dez vezes maior do que recebe um operário de salário mínimo, por ter ficado preso por 31 dias, com todas as mordomias, por ter cometido um delito (liderando uma greve declarada ilegal). Ao contrário de "crime e castigo", como diria Dostoyevsky, no Brasil temos "crime, recompensa e glória!"

O escritor de esquerda Carlos Heitor Cony, alegando que hoje estaria ganhando uma fortuna, foi indenizado com mais de um milhão de reais e uma pensão mensal de mais de sessenta salários mínimos, como recompensa por tentar entregar o País aos tacões dos bárbaros soviéticos. No Brasil, o crime compensa, sim, senhor!

E o que ocorreu com aqueles que morreram nas mãos dos selvagens comunistas como os do bando de Marighela, como aconteceu com um cabo do Exército que, antes de ser morto a coronhadas, foi torturado e obrigado a engolir os próprios testículos? Suas famílias recebem indenizações milionárias, como acontece com as famílias dos facínoras que queriam entregar o País aos bolchevistas? Não! Só os criminosos foram recompensados...

É impossível imaginar absurdo maior que este. No entanto, ninguém reclama. É a lei - feita pelos bandidos! A mídia ignora o assalto aos cofres públicos e a inversão de valores, que recompensa, em vez de punir, bandidos. A água está esquentando, e ninguém nota. Breve, o sapo estará escaldado além da possibilidade de recuperação.

No limitado escopo de um artigo não cabem todas os crimes e atrocidades cometidos pelos bandidos que hoje recebem recompensas e são homenageados com estátuas, nomes de praças e de ruas. Para tanto, recomendo a leitura do magnífico livro do Coronel Brilhante Ustra, denominado "A Verdade Sufocada". Como comandante do DOI/CODI do II Exército ele foi testemunha da guerra suja que os comunas, pretextando motivos ideológicos, moveram contra o País, objetivando estabelecer um regime totalitário comunista. A verdadeira natureza criminosa desses bandidos é revelada em toda sua crueza pelo Coronel Ustra. Imperdível!


Huascar Terra do Vale

Huascar Terra do Vale
Ensaísta e advogado. Dedica-se a estudos nas áreas da filosofia, história, arqueologia, linguística, semântica geral, psicologia, psicanálise, cosmogonia, cosmologia, etologia e sociobiologia. É colunista do site Mídia sem Máscara. É autor das obras "Hino à Liberdade" e "Tratado de Economia Profana". Entre seu material inédito, constam as obras "Sociedade da Desconfiança", "Trincheiras do Iluminismo", "A Treatise on Profane Religion", "The Twilight of Gods" e "Jesus, from Abraham to Marx".


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Reino Totalitário das Cotas



Mas, nesse negócio de tergiversação, de inversão de valores, não há inocentes e nem quem esteja brincando. É jogo para gente grande


Já se vão 22 anos de governo civil e 18 destes com presidentes eleitos pelo voto direto, sucessivamente. Fora alguns dos progressos científico-tecnológicos, que mais cedo ou mais tarde, com ou sem governo civil, acabariam chegando até nós, inexoravelmente, neste mundo cada vez mais globalizado, o que é que você, cidadão comum, seja de que classe social-econômica for, ganhou com isso?

Você melhorou de vida, economicamente falando? É esse o seu caso? Tudo bem. Mas, sinceramente, o que é que lhe garante que você não pudesse estar até muito melhor, se vivesse num país com índices de violência bem inferiores aos de uma guerra civil, que são com os quais os brasileiros convivem há anos? Se vivesse num país onde o serviço público não fosse cabide de empregos? Se vivesse num país no qual não tivesse que trabalhar 4 meses por ano só para pagar impostos? Se vivesse num país no qual os índices de corrupção governamental e institucional não fossem dos mais alarmantes do planeta?

Ganhamos todos liberdade para dizer o que pensamos? Será? Você considera, sinceramente, que uma imprensa e uma mídia de modo geral completamente dependente da concessão e da propaganda oficial do governo tenham condições de lhe informar com liberdade? Você considera que viver num país onde exista uma quantidade assustadora de processos na Justiça contra jornalistas possa haver liberdade de expressão? Você considera que num país onde reações espontâneas da sociedade contra atitudes do governo sejam achincalhadas pela mídia ou mesmo reprimidas, com violência, por militantes favoráveis ao governo, haja liberdade de manifestação, mesmo que seja pacífica?

Convenhamos, de 1985 para cá, regredimos 100 anos em 20. Foram 5 anos de atraso para cada ano de governo. Regredimos em praticamente tudo, e tanto, inclusive e principalmente politicamente, que hoje temos uma senadora como Ideli Salvati no Congresso, bancada pelos nossos impostos, que apresentou projeto de lei que joga todos os alunos de escolas públicas do país, principalmente se forem negros, pardos ou índios, na vala comum da incompetência e do despreparo, ao estabelecer que devam ter cota de 50% das vagas oferecidas pelas universidades públicas do país a cada ano, para que consigam adentrar no ensino superior. Lá dentro, o currículo que seja rebaixado em qualidade e em grau de dificuldade para que essa gente possa concluir os cursos. Ou seja, não bastasse já terem segregado pobres e mais bem abastados financeiramente, desde o ensino fundamental, nas escolas públicas, agora, querem perpetuar a segregação nas universidades também.

O resultado disso vai ser que, daqui a alguns anos, teremos diploma de pobre e diploma de rico – como sempre, com a excelência de boa formação para o segundo. Não vai dar para quem teve uma educação formal nas melhores escolas do país aceitar ter que se submeter a ensino universitário deficitário porque seus colegas de turma não tenham condições de acompanhar o curso em suas exigências. Porque ninguém se iluda que esse não irá ser um segundo passo – um 'progresso' – para evitar o êxodo de grande parte dos alunos que conquistaram vagas exclusivamente por causa do privilégio das cotas.

Quem vai sair perdendo com isso são os próprios 'beneficiários' da intenção do projeto da senadora Ideli – ou seja, se antes os pobres ainda tinham alguma chance de, por mérito e grande esforço, conseguir cursar uma reconhecidamente boa universidade pública, junto com outros bons estudantes, de todas as cores e de todos os níveis sócio-econômicos, se esse projeto for aprovado, daqui a no máximo 5 anos, essa chance terá ido para o espaço.

Mas, nesse negócio de tergiversação, de inversão de valores, não há inocentes e nem quem esteja brincando. É jogo para gente grande.

Enquanto esse processo de segregação dos pobres estiver ocorrendo, simultaneamente, no cotidiano dos brasileiros, continuará a campanha de ação para o empobrecimento das classes média-média e média-alta, de modo que a relação destas com as universidades pagas, por exemplo, fique cada vez mais difícil e distante, até que se torne um sonho inviável economicamente e, finalmente, até que as boas universidades tornem-se guetos da nova elite de origem sindicalista. Vai todo mundo para a vala comum da incompetência, da 'burralização' geral – somente a nova elite, apesar de sua inaptidão genética, desfrutará das oportunidades de perpetuação de sua 'espécie' no poder. O que, inevitavelmente, nos levará a viver num país cada vez mais burro, mais incompetente, mais incapaz, mais medíocre, mais 'principalesco', mais 'cotista'.

Preconceito? Não, é pós-conceito mesmo. É que a História está cheia de exemplos. Que contribuições humanitárias, políticas, sociais, cintentífico-tecnológicas ou farmacêutico-medicinais antigos países como Alemanha Oriental e União Soviética, ou, os ainda hoje China e Coréia do Norte, por exemplo, têm legado para a humanidade? Se não nenhum, com certeza muito poucos. Toda a idéia ou projeto que se baseia na imposição igualitarista está fadado ao fracasso retumbante, simplesmente porque contraria a essência individual do ser humano que nem por isso, ou exatamente por causa disso, é sociável.

Rebecca Santoro
Formada em Comunicação Social - Jornalismo, pela PUC-RJ (1985), tendo ainda cursado mais três períodos do curso de Economia(1987/88), a título de especialização, na mesma Universidade. Para se aprimorar no lado técnico da profissão, fez 4 períodos do curso de Telecomunicações, na Estácio-RJ (1991/92). Lugares onde morou e estudou: New Jersey (USA), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Brasília (DF), San Diego (Califórnia – USA), Macapá (AP) e Belém (PA). Trabalho: Vendedora; Repórter/Estagiária da Rádio Nacional (RJ); Proprietária e Editora responsável pelo jornal Rio 1000’s, especializado em lazer (RJ); Contato Publicitário – Agência DIA DESIGN – (RJ); ECO-92-RJ; Escritora e repórter freelancer.
Site: infomix-cf.blogspot.com/

PARLATA



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Existe Compulsão à Internet?




























Diz a anedota: “o computador veio resolver problemas que a gente não tinha”. Cada nova aquisição tecnológica deve sempre ser analisada à luz da relação custo-benefício, ou utilidade versus problemas.


Ainda que não se saiba, até o momento e com certeza, se os problemas relacionados à Internet serão clinicamente significativos no futuro ou se serão de irrelevantes, o que se tem constatado é que seu uso pode estar presente em diversas patologias psíquicas, ora aparecendo como condição secundária à essas patologias, ora constituindo-se numa condição primária da própria patologia. No primeiro caso teríamos a manifestação de alguns transtornos através da Internet, como seria o caso da adicção ao jogo e ao sexo, no segundo caso como a nova descrição psicopatológica da Adicção à Internet.

Alguns autores mais pessimistas consideram que os novos dispositivos tecnológicos capazes de diminuir muito, ou mesmo substituir, esforços humanos podem nos debilitar, podem nos fazer menos humanos. E pouco importa se tal temor tenha ou não fundamento, pois já foi provocado por diferentes avanços tecnológicos em diferentes momentos da história, segundo Umberto Eco (1996). Agora é a vez da Internet a provocar o mesmo temor.


Dentro das dependências sem substância, que podem ser comparadas à comportamentos compulsivos, a única reconhecida nas classificações oficiais (CID-10 e DSM-IV) é o Jogo Patológico. Entretanto, o uso por Compulsão da Internet, bem como o excesso de exercício físico (Vigorexia), de trabalho, o Sexo Compulsivo, a Compulsão às Compras, alguns incluídos nos Transtornos do Controle de Impulsos, são quadros que devem ser mais bem estudados pelas importantes implicações na vida cotidiana.
Existe Compulsão à Internet?
Não sabemos ainda se é justo falar em compulsão à Internet, se existem pessoas consideradas normais que passam muito tempo na frente da televisão ou do aparelho de som e, muito possivelmente, também com prejuízo do relacionamento interpessoal. É comum nos consultórios de psiquiatria, pais que tentam atribuir diagnóstico de adictos à Internet para seus filhos. Entretanto, esses mesmos pais passam também muitas horas no trabalho (workaholic), além daquelas horas que o ganho de dinheiro justificaria, ou diante da televisão, no bar, etc.

José Luis Muñoz Mora faz uma colocação interessante em seu artigo. Diz que, enquanto o álcool, a maconha e a cocaína podem ser consideradas drogas facilitam o contacto social, a adicção à Internet seria uma patologia que se desenvolve em pessoas de vocação solitária. Acreditamos que seriam, além de pessoas solitárias, também não desejosas do convívio interpessoal exuberante e entusiasmado. Trata-se de uma opção de postura social, compensada e gratificada pela Internet, pois são comuns os traços de introversão na personalidade de informáticos compulsivos.

O mais sensato, talvez e por ora, seria reservar a denominação "compulsão à Internet" aos usuários que, além de preencherem critérios de adicção, recorressem à Internet para jogos, bate-papo e pornografia. Isso, pelo fato da Internet ser um importante meio de trabalho para muitos, uma oportunidade de extraordinária criatividade para outros e uma vasta fonte de informação para todos. Há pois, necessidade de diferenciarmos o lazer, o trabalho e a informação da adicção, propriamente dita.

Com todos esses cuidados, os partidários da classificação desta síndrome definem o dependente como a pessoa que se utiliza excessivamente da Internet, gerando uma distorção de seus objetivos pessoais, familiares e/ ou profissionais. Se uma pessoa passa horas e horas conectada, negligenciando obrigações familiares, pessoais e profissionais de forma reiterada, podemos estar diante de uma situação de adicção. Mesmo assim, não está claro se a compulsão à Internet deva ser considerada uma patologia própria ou se ela representa apenas um sintoma de algum outro estado emocional subjacente.

A socialização e a comunicação interpessoal virtuais parecem constituir os elementos básicos do efeito adictivo da Internet para um grande número de internautas, manifestando-se através do intercambio dos chats, do correio eletrônico, participação em grupos de discussão, conversações em tempo real. Para outro grupo, a busca de prazeres sexuais negados pela realidade concreta tem sido o ponto chave, aparecendo sob a forma da busca continuada e excessiva de material erótico e pornográfico.

Distintos estudos sustentam que o uso da Internet poderia causar um impacto negativo em nossas relações sociais habituais, em nosso espaço cotidiano, levando-nos, por exemplo, a perder parte de nosso círculo social, a diminuir o tempo de comunicação familiar ou a incrementar o sentimento de solidão (Kiesler, 1999 - Kraut, 1998).

Portanto, não é de se estranhar que tenham surgido diversas hipóteses sustentando existir um uso patológico da Internet, e que tal uso, para alguns estudos, têm como resultado o desenvolvimento de transtornos emocionais ainda não classificados nos manuais diagnósticos (DSM-IV, CID-10), para outros, o contrário, ou seja, alguns transtornos emocionais e de personalidade é que favoreceriam a adicção à Internet.

Assim sendo, alguns autores têm postulado a existência de um Transtorno de Adicção a Internet, representado pela sigla TAI (IAD, de Internet Addictiom Disorder). Também foi usado o termo Uso Compulsivo de Internet ou Uso Patológico da Internet, com a sigla UPI (PIU, de Pathological Internet Use) (Young e Rodgers, 1998). Essa nova nosografia alcançou status científico a partir de um trabalho da Dra. Kimberly Young em 1996 (Estallo Marti, 1997).

Critérios Diagnósticos para Uso Compulsivo da Internet
Parece que o primeiro autor a estabelecer critérios diagnósticos para a adicção a Internet foi Ivam Goldberg. Goldberg (1995) propõe um conjunto de critérios para o diagnóstico do que se pode chamar de Transtorno de Adicção a Internet, baseados nos mesmos critérios diagnósticos do abuso de substâncias, uma vez que o Uso Compulsivo da Internet ainda não aparece classificado na CID.10 ou no DSM.IV. Seriam eles:

(A) Um padrão desadaptativo de uso da Internet capaz de levar a mal estar significativo, expressado por três ou mais dos itens seguintes:
1) Tolerância, definida:
Necessidade de aumentar a quantidade de tempo em Internet para conseguir satisfação
Diminuição da ansiedade com o uso continuado da mesma quantidade de tempo em Internet.
2) Abstinência, manifestado por qualquer dos seguintes:
a) Agitação psicomotora
c) Pensamentos obsessivos acerca do que pode estar acontecendo em Internet
d) Fantasias ou sonos sobre a Internet
e) Movimentos voluntários ou involuntários no teclado
Esses sintomas causam mal estar ou prejuízo na área social, ocupacional ou outra, de funcionamento importante.
(B) O uso de Internet ou um serviço similar está dirigido a aliviar ou evitar os sintomas da abstinência.
3) Se acessa a Internet com mais freqüência ou por períodos mais largos do que inicialmente se pretendia.
4) Desejo persistente ou esforços infrutíferos de interromper o uso de Internet.
5) Emprego intenso e por muito tempo de atividades relacionadas ao uso de Internet, como por exemplo, comprando livros sobre Internet, provando novos navegadores, indagando provedores, organizando arquivos ou descarregando materiais.
6) Atividades sociais, ocupacionais ou recreativas reduzidas por causa do uso de Internet.
7) Continua usando Internet apesar de saber que tem um persistente ou recorrente problema físico, social, ocupacional ou psicológico que parece ser causado ou exacerbado por esse uso da Internet (privação de sono, dificuldades conjugais, chegar atrasado à compromissos, prejuízo dos deveres profissionais).

A Doutora Kimberly Young, da Universidade de Pittsburg e criadora do
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Direito Penal do Terror

























Com certeza vivemos tempos difíceis em relação à aplicação efetiva do Direito Penal. O Estado brasileiro cria e aplica o Direito Penal para inimigos, e não mais para os seus cidadãos. Se, por um lado, assistimos atônitos às grandes operações da Polícia Federal, por outro percebemos a volta do Direito Penal do Terror contra o inimigo e, assim, eliminamos direitos fundamentais consagrados na Carga Magna.

A edição da Lei n° 11.705/08 , que reforma o Código de Trânsito Brasileiro, apelidada de Lei Seca , traz algumas aberrações jurídicas. Observamos flagrante ilegalidade, que poderá ser objeto de ação junto ao Supremo Tribunal Federal para reconhecimento da sua inconstitucionalidade.

Não queremos fazer aqui a apologia ao crime. Mas, se há um aumento significativo de acidentes de trânsito com vítimas fatais, logo alguém pensa em endurecer as leis que regem o tema, a fim de colocar um fim na barbárie.

Se esqueceu o legislador que antes da edição de leis é preciso se preocupar com a educação.

O novo artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro , que prevê multa administrativa para quem for pego dirigindo embriagado, seja qual for a quantidade de álcool por litro de sangue, parece-nos um contra-senso e um despropósito, já que para a consumação do crime previsto no artigo 306 do Código de Trânsito é necessário uma concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramos.

A multa pela infração administrativa do artigo 165 deveria estabelecer um índice de tolerância, que é exigido para a configuração do crime.

Já o crime, elencado no novo diploma legal, só deveria estar descrito se o condutor ostentasse tal nível de álcool no sangue e desde que também expusesse a dano potencial a incolumidade pública, já que é esta a objetividade jurídica que se quer defender.

A outra aberração vem exposta no § 3° do artigo 277, que indica que caso o condutor se recuse a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos para a verificação da embriaguez, será multado e terá suspensa a sua habilitação por 12 meses. Tal disposição beira a ilegalidade e a inconstitucionalidade já que, por disposição da Constituição, ninguém em processo judicial ou administrativa está obrigado a produzir prova contra si mesmo.

Outra falácia construída nesse novo comando legislativo é o fato de que o motorista flagrado embriagado será preso. Ora, seja qual for a quantidade de álcool no sangue, o condutor será multado e se esta quantidade exceder a 6 decigramos será preso em flagrante pelo crime do artigo 306 do CTB, sendo liberado em seguida, posto que a pena mínima prevista é de 6 meses de detenção; portanto, apenamento que se enquadra dentro daqueles crimes em que o acusado é solto independentemente do pagamento de fiança.

O rigor da Lei Seca e suas flagrantes ilegalidades levarão ao seu questionamento e ela poderá deixar de ser aplicada em razão de suas próprias incongruências.

O que vemos hoje em dia é que aqueles que devem aplicar a lei pouco a conhecem, e quando conhecem verificam na prática que ela não funciona, tornando-a dentro no nosso arcabouço jurídico mais uma das leis do chamado Direito Penal do Terror .

Publicado pelo Diário do Comércio em 03/07/2008


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Transtorno Obsessivo-Compulsivo-TOC






























psic. Maria Angela Andrade


O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um quadro psíquico incluído nos Transtornos de Ansiedade. Seus sintomas envolvem alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), do pensamento (obsessões sobre dúvidas, preocupações excessivas, pensamentos de conteúdo ruim ou impróprio, etc.) e da emoção (medo, aflição, culpa, depressão).

As obsessões – são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma repetitiva e persistente. Esses pensamentos invasivos são um fenômeno natural, entretanto, para os indivíduos com TOC são interpretados como indícios de algum risco, gerando muita ansiedade, medo e aflição.

Obsessões mais comuns:
- Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação.
- Dúvidas.
- Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento.
- Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir os outros.
- Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios relacionados ao sexo (idéias sobre comportamento sexual violento, abuso sexual de crianças, homossexualidade, palavras obscenas).
- Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar.
- Preocupação com doenças ou com o corpo.
- Idéias sobre religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias).
- Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais, cores de roupa, datas e horários (podem provocar desgraças).
- Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis.

Compulsões ou rituais – são comportamentos ou atos mentais e repetitivos, executados em resposta às obsessões. As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às obsessões, levando a pessoa a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão.

Compulsões mais comuns:
- Lavagem ou limpeza.
- Verificações ou controle.
- Repetições ou confirmações.
- Contagens repetitivas.
- Promover a ordem, simetria, seqüência ou alinhamento.
- Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis, poupar ou economizar.
- Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números, fazer listas, tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários.
- Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.

As compulsões associadas a dúvidas também podem ser mentais, como reler várias vezes um texto, visualizar várias vezes uma cena, etc. Fazem parte das compulsões as atitudes evitativas (evitações).

Evitações – são, com muita freqüência, comportamentos adotados como forma de não desencadear as obsessões evitando-se as situações, objetos ou circunstâncias que geram tais pensamentos e, conseqüentemente, ansiedade.

Evitações mais comuns:
- Não tocar em trincos de portas, ou outro objeto com a mesma conotação.
- Isolar compartimentos e impedir o acesso dos familiares.
- Restringir o contato com sofás, cadeiras e etc.

Possíveis causas do TOC:
O TOC ainda não tem uma etiologia clara. Estudos ainda procuram esclarecer se estamos diante de um único transtorno ou de um grupo de transtornos com características em comum, visto que os sintomas, o curso e a resposta aos tratamentos variam muito entre portadores do TOC (Veja Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo).

Alguns fatores neurobiológicos (incluindo os genéticos), fatores de natureza psicológica e fatores ambientais atuam na origem, agravamento e manutenção dos sintomas do TOC.

Sabe-se que os portadores de TOC têm várias características biológicas distintas, que produzem um funcionamento cerebral também distinto, ou seja, com aspectos cognitivos distintos. São pessoas mais suscetíveis aos medos, experimentam excesso de responsabilidade, interpretam riscos de forma exagerada e lidam com suas angústias e temores tentando neutralizá-los através de realizações de rituais ou evitações.

Tratamentos:
O uso de medicamentos (antidepressivos e ansiolíticos) e psicoterapia, através de técnicas comportamentais e cognitivas, adaptadas especificamente para controle e alívio desse quadro. Muitas pesquisas têm mostrado que o tratamento psicológico-medicamentoso é mais eficiente que qualquer um deles isoladamente.

Modelo Comportamental – Com base nas formas de aprendizagem (condicionamento clássico, condicionamento operante, aprendizagem social ou por observação e habituação), o modelo comportamental explicaria o surgimento e a manutenção dos sintomas do TOC.

A ansiedade seria uma resposta que, em determinado momento, ficou condicionada (associada) a certos estímulos (objetos, lugares, pensamentos, pessoas) e que, posteriormente, se generalizou para outros estímulos afins.

Modelo Cognitivo – Com base na teoria de que nossos pensamentos influenciam nossas emoções e nosso comportamento. Se tivermos uma forma de pensamento distorcida para representar, avaliar e interpretar a realidade, obrigatoriamente nosso comportamento e nossas emoções (afeto) corresponderão a tal interpretação.

Terapia Cognitiva – A Terapia Cognitiva é uma abordagem ativa, diretiva e estruturada. Fundamenta-se numa base lógica teórica subjacente, segundo a qual o afeto e o comportamento de um indivíduo são largamente determinados pelo modo como ele estrutura o mundo. (as pessoas desenvolvem determinadas crenças sobre si mesmas, sobre outras pessoas e o mundo).

Suas cognições baseiam-se em atitudes ou suposições (crenças) desenvolvidas a partir de experiências prévias, em geral na infância na medida em que a criança interage com outras pessoas significativas.

Durante grande parte da vida, a maioria das pessoas pode manter as crenças centrais relativamente positivas. (exemplo: - Eu posso fazer a maioria das coisas de forma competente, eu sou um ser humano funcional). As crenças centrais negativas podem vir à tona apenas durante momentos de aflição psicológica (exemplo: - O mundo é um lugar corrompido, as pessoas são más, as pessoas vão magoar-me).

As técnicas específicas empregadas são usadas dentro do quadro do modelo cognitivista da psicopatologia. Essas técnicas destinam-se a identificar, testar no real e corrigir conceituações distorcidas e as crenças disfuncionais subjacentes a essas cognições. O paciente aprende a dominar problemas e situações anteriormente consideradas insuperáveis, através da reavaliação e correção de seu pensamento. O terapeuta cognitivista ajuda o paciente a pensar e agir mais realística e adaptativamente com respeito a seus problemas psicológicos, dessa forma reduzindo os sintomas.

Esta abordagem consiste em experiências de aprendizagem específicas, destinadas a ensinar ao paciente as seguintes operações:

Observar e controlar seus pensamentos negativos automáticos (cognições);
Reconhecer os vínculos entre a cognição, o afeto e o comportamento;
Examinar as evidências a favor e contra seus pensamentos automáticos distorcidos;
Substituir as cognições tendenciosas por interpretações mais orientadas para o real;
Aprender a identificar e alterar as crenças disfuncionais que predispõem a distorcer suas experiências.
Técnicas Cognitivas para o TOC – Várias técnicas desenvolvidas dentro do modelo cognitivo são úteis no tratamento do TOC e CONTINUA...


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Agorafobia






















Transtornos Fóbico-Ansiosos compõem um grupo de transtornos nos quais uma ansiedade intensa é desencadeada por situações determinadas e que não representam algum perigo real. Por esse motivo estas situações fóbicas são evitadas ou suportadas com muito temor ou angústia. As preocupações da pessoa podem se manifestar com sintomas como palpitações, falta de ar, tremores, extremidades frias, etc, ou uma impressão de desmaio. Freqüentemente este tipo de ansiedade se associa com medo de morrer, de vir a passar muito mal, de perder o autocontrole ou de ficar louco.

Geralmente a simples lembrança ou evocação da situação que causa fobia já é suficiente para desencadear uma ansiedade antecipatória. A Ansiedade Fóbica freqüentemente se associa a uma Depressão.

A diferença entre a Fobia sintoma e o Transtorno Fóbico, deve serconsiderada como a diferença que se faz entre o sintoma e a doença. A Fobia, como sintoma faz parte da alteração do pensamento, aparece como um medo imotivado e patológico, ilógico e especificamente orientado para um determinado objeto ou situação. Normalmente é acompanhada de intensa ansiedade e outros sintomas autossômicos. O Transtorno Fóbico-Ansioso se caracteriza, exatamente, pela prevalência da Fobia, sintoma, entre os demais sintomas de ansiedade, ou seja, um medo anormal, desproporcional e persistente diante de um objeto ou situação específica.
Dentro dos quadros fóbicos-ansiosos destacam-se três tipos (vistos adiante):


1 - Agorafobia;
2 - Fobia Social e;
3 - Fobia Específica.


Em todos os Transtornos Fóbico-Ansiosos pode ocorrer uma ansiedade de antecipação, fazendo com que o quadro ansioso apareça antes mesmo da pessoa deparar-se, de fato, com a situação de medo, ou seja, no caso do indivíduo pressentir a necessidade de se deparar com a situação de sua fobia. Essas situações fóbicas são, freqüentemente, evitadas de forma franca ou dissimulada.

Invariavelmente, até para uma questão de se firmar o diagnóstico, o paciente fóbico deve reconhecer a irracionalidade e o absurdo de seu medo, concorda com a anormalidade de seus sentimentos mas, mesmo assim, percebe-se impotente em combatê-los.

AGORAFOBIA
A característica essencial da Agorafobia é uma Ansiedade que aparece quando a pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair dali (escapar) poderia ser difícil ou embaraçoso ou, na maioria das vezes, em situações nas quais um auxílio imediato pode ser difícil, caso a pessoa venha a passar mal.

A Ansiedade agorafóbica pode ser, inclusive, antecipatória, ou seja, aparecer diante da simples possibilidade de ter que enfrentar determinadas situações. Essa Ansiedade antecipatória pode levar ao afastamento (fuga) dessas situações causadoras da fobia. Tais situações podem incluir:

a) - estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa;
b) - estar em meio a uma multidão;
c) - viajar de automóvel, ônibus ou avião;
d) - estar em uma ponte ou lugar alto.

Alguns indivíduos mais teimosos podem ser capazes de se expor às situações causadoras de Ansiedade agorafóbica, até com o propósito de tentar melhorar pelo enfrentamento intencional, mas acabam sempre experimentando considerável temor. De um modo geral essas pessoas são mais capazes de enfrentar as situações temidas quando acompanhado por alguém de confiança. A esquiva ou fuga dessas situações pode prejudicar, de alguma forma, o desempenho sócio-ocupacional da pessoa.

O DSM-IV recomenda como critérios para o diagnóstico da Agorafobia o seguinte:

1 - Ansiedade por estar em locais ou situações de onde possa ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível, na eventualidade de ter um Ataque de Pânico ou de sintomas tipo pânico. Os medos agorafóbicos tipicamente envolvem situações, que incluem: estar fora de casa desacompanhado; estar em meio a uma multidão ou permanecer em uma fila; estar em uma ponte; viajar de ônibus, trem ou automóvel.

2 - As situações capazes de desencadear o medo fóbico são evitadas (por ex., viagens, elevadores, aviões) ou suportadas com acentuado sofrimento, notadamente com severa ansiedade sobre a possibilidade de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico. Para tais situações os pacientes exigem companhia.

3 - A ansiedade, evitação ou esquiva agorafóbica não é mais bem explicada por um outro transtorno emocional, tais como Fobia Social (por ex., a esquiva se limita a situações sociais pelo medo do embaraço), Fobia Específica (por ex., a esquiva se limita a uma única situação, como elevadores), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (por ex., esquiva à sujeira, em alguém com uma obsessão de contaminação), Transtorno de Estresse Pós-Traumático (por ex., esquiva de estímulos associados com um estressor severo) ou Transtorno de Ansiedade de Separação (por ex., esquiva a afastar-se do lar ou de parentes).




O diagnóstico diferencial para se distinguir os quadros de Agorafobia, Fobia Social, Fobia Específica e Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser difícil, uma vez que todas essas condições se caracterizam pelo afastamento e evitação de situações específicas. Clinica e terapeuticamente falando, entretanto, tal dificuldade parece não ter a mínima importância, devido ao fato do tratamento médico-psiquiátrico ser, basicamente, o mesmo para todos esses casos.


FOBIA SOCIAL
A Fobia Social está centrada em torno de um medo de expor-se a outras pessoas e tem como conseqüência o afastamento e evitamento sociais. Esse tipo de fobia pode se referir a situações específicas, como comer ou falar em público, ou pode ser mais difusas, envolvendo quase todas as circunstâncias sociais fora do ambiente familiar. Entre as situações fóbicas sociais que resultam em evitação destaca-se o medo de humilhação e embaraço diante de outras pessoas, o medo de comer em público, falar em público, urinar em banheiro público e, muito freqüentemente, de assinar cheques à vista de pessoas estranhas.

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Síndrome do Pânico

































O Transtorno do Pânico habitualmente se inicia depois dos 20 anos, é igualmente prevalente entre homens e mulheres, portanto, em sua maioria, as pessoas que tem o Pânico são jovens ou adultos jovens, na faixa etária dos 20 aos 40 anos, e se encontram na plenitude da vida profissional. Normalmente são pessoas extremamente produtivas, costumam assumir grandes responsabilidades e afazeres, são perfeccionistas, muito exigentes consigo mesmas e não costumam aceitar bem os erros ou imprevistos.


Os portadores de Pânico costumam ter tendência a preocupação excessiva com problemas do cotidianos, têm um bom nível de criatividade, excessiva necessidade de estar no controle da situação, têm expectativas altas, pensamento rígido, são competentes e confiáveis. Freqüentemente esses pacientes têm tendência a subestimar suas necessidades físicas. Psicologicamente eles costumam reprimir alguns ou todos sentimentos negativos, sendo os mais comuns o orgulho, a irritação e, principalmente, os conflitos íntimos.

Essa maneira da pessoa ser acaba por predispor a situações de estresse acentuado e isso pode levar ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro, desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e conseqüentemente o aparecimento do Pânico.

Depois das primeiras crises de Pânico, durante muito tempo os pacientes se recusam aceitar tratar-se de um transtorno psicoemocional. Normalmente costumam ser pessoas que não se vêem sensíveis aos problemas da emoção, julgam-se perfeitamente controladas, dizem que já passaram por momentos de vida mais difíceis sem que nada lhes acontecesse, enfim, são pessoas que até então subestimavam aqueles que sofriam problemas psíquicos.

Quadro 1 - Alguns traços de personalidade de pessoas propensas à Síndrome do Pânico

1. - Tendência a preocupação excessiva

2. - Necessidade de estar no controle da situação

3. - Expectativas altas

4. - Pensamento relativamente rígido (dificuldade em aceitar mudanças de opinião)

5. - Reprimem sentimentos pessoais negativos (não sabemos o que estão sentindo)

6. - Julgam-se perfeitamente controladas (duvidam tenham problemas emocionais)

7. - São extremamente produtivas (não relaxam, sempre estão fazendo algo)

8. - Assumem grandes responsabilidades (ocupacionais e familiares)

9. - Perfeccionistas

10.- Exigentes consigo mesmas (conseqüentemente, com os outros também)

11.- Não aceitam bem os erros ou imprevistos



Psicologia do Pânico
Psicologicamente constata-se, na expressiva maioria dos portadores de Pânico, a existência de conflitos intra-psíquicos. Algumas vezes nem mesmo os pacientes têm a nítida noção de estarem vivenciando tais conflitos, os quais atuam, nestes casos, mais à nível inconsciente.

Se a Síndrome do Pânico é uma espécie de reação emocional (ansiosa) à determinados conflitos, vivências e/ou circunstâncias da vida, porque a pessoa reage apresentando esse Pânico e não, por exemplo, a Depressão ou a Ansiedade típica?

Acontece com as emoções o mesmo que ocorre com a alergia, fazendo uma analogia didática. Imagine 20 pessoas numa sala impregnada de fungos, mofo ou bolor. Destas 20 pessoas, pode ser que apenas 6 delas tenham alergia como reação aos fungos. Dessas 6 pessoas, pode ser que 2 delas reajam com rinite alérgica e espirros, outras 2 com urticária e eczemas e as 2 restantes com asma brônquica. Como vimos, diante de um mesmo agente agressor, nem todos foram sensibilizados e, dos que foram sensíveis, tivemos três tipos de reação diferente.

Emocionalmente algo semelhante acontece. Diante da tensão, do estresse, da angústia, dos conflitos, ou da ansiedade exagerada as pessoas podem reagir diferentemente; algumas necessitam de muito mais estímulos para reagirem, e
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04/07/2008

Psicose Delirante Crônica - Paranóia






































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Normalmente o funcionamento social desses pacientes Paranóicos não está prejudicado, apesar da existência do Delírio. A maioria dos pacientes pode parecer normais em seus papéis interpessoais e ocupacionais, entretanto, em alguns o prejuízo ocupacional pode ser substancial e incluir isolamento social. A impressão que se tem é a de uma ilha de delírio num mar de sanidade, portanto, uma espécie de delírio insular.

Um paciente, por exemplo, convencido de que será assassinado por perseguidores implacáveis pode desenvolver isolamento social e abandonar o emprego. Em geral, além do funcionamentos social comprometido, também o relacionamento conjugal pode sofrer prejuízos. Na Esquizofrenia o comprometimento social mais acentuado costuma ser a regra.

Esses Delírios normalmente são interpretativos, egocêntricos, sistematizados e coerentes. Pode ser de prejuízo, de perseguição ou de grandeza, impregnado ou não de tonalidade erótica ou com idéias de invenção ou de reforma. Também é freqüente o delírio de ciúme, mais encontradiço nas mulheres. Estas estão sempre se deparando com provas "contundentes" acerca dos muitos relacionamentos sexuais de seus maridos.


Tipos de psicoses Delirantes Persistentes
A - Tipo Erotomaníaco
Neste caso o delírio habitualmente se refere ao amor romântico idealizado e a união espiritual, mais do que a atração sexual. Acreditam, freqüentemente, ser amados por pessoa do sexo oposto que ocupa uma posição de superioridade (ídolos, artistas, autoridades, etc.) mas, pode também ser uma pessoa normal e estranha.
B - Tipo Grandeza
Neste subtipo de Transtorno Delirante Persistente a pessoa é convencida, pelo seu delírio, possuir algum grau de parentesco ou ligação com personalidades importantes ou, quando não, possuir algum grande e irreconhecível talento especial, alguma descoberta importante ou algum dom magistral. Outras vezes acha-se possuidor de grande fortuna.

C - Tipo Ciúme
Neste tipo de Paranóia a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade de sua esposa ou amante. Pequenos pedaços de "evidência", como roupas desarranjadas ou manchas nos lençóis podem ser coletados e utilizados para justificar o delírio. O paciente pode tomar medidas extremas para evitar que o companheiro(a) proporcione a infidelidade imaginada, como por exemplo, exigindo uma permanência no lar de forma tirana ou obrigando que nunca saia de casa desacompanhado(a).

D - Tipo Persecutório
É o tipo mais comum entre os paranóicos ou delirantes crônicos. O delírio costuma envolver a crença de estar sendo vítima de conspiração, traição, espionagem, perseguição, envenenamento ou intoxicação com drogas ou estar sendo alvo de comentários maliciosos.

E - Tipo Somático(Parafrenia)
A Formação Delirante do Tipo Somático, como justifica o nome, caracteriza-se pela ocorrência de variadas formas de delírios somático e, neste caso, com maiores possibilidades de alucinações que outros tipos de Paranóia. Os mais comuns dizem respeito à convicção de que a pessoa emite odores fétidos de sua pele, boca, reto ou vagina, de que a pessoa está infestada por insetos na pele ou dentro dela, esdrúxulos parasitas internos, deformações de certas partes do corpo ou órgãos que não funcionam.

3 - Psicose Reativa Breve(Transtorno Psicótico Transitório)
A Psicose Reativa Breve se caracteriza pelo aparecimento abrupto dos sintomas psicóticos sem a existência de sintomas pré-mórbidos e, habitualmente, seguindo-se à um estressor psicossocial. Os sinais e sintomas clínicos são similares àqueles vistos em outros distúrbios psicóticos, como na Esquizofrenia e nos Transtornos Afetivos com Sintomas Psicóticos. O prognóstico é bom e a persistência de sintomas residuais não ocorre. Durante o surto observa-se incoerência e acentuado afrouxamento das associações, delírios, alucinações e comportamento catatônico ou desorganizado. Há componentes afetivos com mudanças bruscas de um afeto para outro, perplexidade e confusão.

A Organização Mundial de Saúde, através da Classificação Internacional de Doenças (CID), recomenda que esta categoria de psicose deve ser restringida ao pequeno grupo de afecções psicóticas, em grande parte ou totalmente atribuídas a uma experiência existencial recente. Deve ser entendida como uma alteração psicótica na qual os fatores ambientais tem a maior influência etiológica.

Trata-se de reações cuja natureza não é só determinada pela situação psicotraumática, mas também pelas predisposições da personalidade. A maioria das reações psíquicas mórbidas desenvolve-se em função de uma perturbação de caráter que predispõe a elas. Tal perturbação será fruto de um desenvolvimento psicorreativo anormal.

O desenvolvimento da Psicose Reativa pode satisfazer a necessidade do paciente em representar, simbolicamente, a si e aos outros através da natureza interna de suas contradições, angústias e paixões, numa espécie de falência aguda de sua capacidade de adaptação a uma situação sofrível.

Deve haver na Psicose Reativa Breve, de uma maneira ou outra, um certo lucro subjetivo na medida em que o paciente vive à margem da realidade traumática e insuportável; transfere seu próprio fracasso para um delírio persecutório, recolhe-se da realidade numa postura autística, nega a existência num estado amnésico e assim por diante. Pode ser de grande alívio a transferência da tonalidade afetiva de um objeto para outro, ou de um complexo de idéias para um outro complexo secundário psiquicamente anárquico, onde as coisas se encaixam numa lógica doentia e fantástica.

Causas
Por definição, de acordo com Kaplan, um estressor vivencial significativo constitui um fator etiológico para este distúrbio, entretanto, melhor seria pensar nestes fatores estressantes mais como desencadeantes do surto psicótico agudo. Portanto, a patologia terá bases tanto biológicas quanto psicológicas. Devem ser enfatizados os mecanismos de relacionamento inadequados e a possibilidade de ganho emocional primário ou secundário com a eclosão do surto agudo. Há hipóteses que a psicose representaria um mecanismo de defesa a um estressor específico.

Sintomas
A característica essencial deste distúrbio é o início súbito dos sintomas psicóticos que persistem por um tempo inferior a um mês, com eventual retorno ao nível pré-mórbido de funcionamento. Os sinais e sintomas clínicos são similares àqueles vistos em outros estados psicóticos, tais como na Esquizofrenia e nos Transtornos Afetivos com Sintomas Psicóticos.

O comportamento pode ser bizarro, com posturas peculiares, trejeitos esquisitos, gritos ou mutismo completo. Freqüentemente há significativa desorientação, confusão e distúrbios de memória. Alucinações transitórias, delírios e confabulações podem estar presentes. O quadro é mais freqüente na adolescência e idade adulta jovem.

São freqüentes, também, as modificações rápidas de um afeto intenso para outro, a perplexidade e regressão com atitudes pueris. O comportamento catatônico ou desorganizado é comum e isso pode confundir com os casos de simulação, Síndrome de Ganser ou mesmo histeria.

Curso e Prognóstico
Não existem sintomas prodrômicos anteriores ao estressor desencadeante, embora possam existir traços de personalidade sugestivos de algum distúrbio prévio. O aparecimento da sintomatologia segue o estressor em poucas horas, não duram mais de um mês e a depressão posterior é freqüente.

Aspectos de bom prognósticos(10)

Boa adaptação emocional pré-mórbida (antes do surto)
Poucos traços Esquizóides de personalidade pré-mórbidos
Grave estressor emocional precipitante
Aparecimento agudo e repentino dos sintomas
Sintomas afetivos presentes (depressão, normalmente)
Confusão e perplexidade durante a crise
Pouco empobrecimento afetivo
Curta duração dos sintomas
Ausência de parentes esquizofrênicos

É muito difícil a diferenciação entre a Psicose Reativa Breve e a Depressão Maior com Sintomas Psicóticos. Para tal distinção é fundamental a verificação minuciosa da personalidade pré-mórbida e suas associações com traços depressivos ou esquizóides.

A abordagem antidepressiva medicamentosa consegue resolver grande número de casos, o que nos faz suspeitar do evidente envolvimento afetivo em tais transtornos, ainda que não tenha havido nenhuma manifestação prévia de depressão com nítidas características psicóticas. Teoricamente isso é bem possível, já que a eclosão da Psicose posterior à agressão emocional pode significar uma falência adaptativa às circunstâncias vivenciais, atitude perfeitamente compatível com a dinâmica da depressão.


Ballone GJ - Psicose Delirânte Crônica - in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, atualizado em 2005


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SOBRE A MENTIRA




















A Mitomania e a Mentira Compulsiva

1) O que é mitomania?
Mitomania é uma doença gerada por conceitos distorcidos, ou delirantes, dos modelos básicos de uma pessoa, o que leva a uma tendência mórbida para a mentira.

2) Qual a diferença entre mitomaníaco e mentiroso compulsivo?
O mitomaníaco mente apenas sobre assuntos específicos, como o perfil dos pais, por exemplo, ou fatos específicos do passado. Já o mentiroso compulsivo não tem motivo, nem tampouco controle, para a mentira. Mente por mentir.

3) Quais os sintomas do problema?
Principalmente a insegurança, por ter a própria identidade e a vida sustentadas por uma realidade forjada, artificial. Entre outros sintomas, a dificuldade para tomar decisões e acreditar nelas, falta de autoconfiança, credibilidade e a tendência a confusão mental.

4) Quando ela começa a se manifestar na vida da pessoa?
Entre dez e treze anos de idade, o indivíduo desenvolve a saúde mental, ou seja, um equilíbrio entre o mundo interno e o externo. Assim, aprende a ter suas próprias opiniões e se relacionar formalmente. Qualquer trauma ou complicação nesta época pode desencadear conceitos errados sobre si mesmo ou a própria vida.

5) Quais as causas da doença?
Podem existir várias causas. Informações contraditórias fornecidas pelos adultos, a falta de limites sobre certo e errado, inconseqüência, muitas vezes o excesso de imaginação ou até o encorajamento para acreditar nas próprias fantasias.

6) Como deve ser o tratamento da mitomania?
Esclarecer, sem cobrança ou pressão, a razão pela qual o indivíduo está mentindo. Livrá-lo de culpas e entender até que ponto vale à pena continuar mentindo. Depois, procurar “sublimar”a doença, ou seja, transformar a vontade de mentir em uma atividade produtiva, como o uso da inventividade no trabalho, por exemplo. Pois esta pessoa, no mínimo, é criativa.

7) No caso dos mentirosos compulsivos, o tratamento é o mesmo?
A princípio sim. O problema é que o mentiroso compulsivo, em muitos casos, pode ter um comprometimento de formação, como a perversão, por exemplo, o que complicaria bastante o quadro. Daí, a mentira seria apenas um sintoma.

8) Como lidar com um mitomaníaco? (dicas para nao piorar a situação )
Procure entender que quando ele delira, ou seja, descreve algo distorcido, está apontando para uma ferida dolorida, que ele não quer que ninguém veja, encoste ou atinja.

9) Quando uma mentirinha passa a ser uma mitomania? Há como evitar o problema?
Hoje em dia, como o Marketing está na moda, é muito fácil encontrar pessoas mentindo sobre si mesmas ao preencherem um currículo, ao venderem coisas, ou até na hora de paquerar. Estas são consideradas atitudes mitomaníacas, mas o conceito de doença surge quando o comportamento gera problemas. Lembrando que “patos”em grego significa sofrimento, por isso a “patologia”.

10) Existem graus da doença? Quais sintomas classificam cada um?
O grau de uma doença é sempre proporcional ao tamanho do sofrimento da pessoa.
Alguém que prefere conviver com um passado que nunca existiu para fugir dos problemas, ou mascarar as feridas para não tratá-las, pode criar diversos sintomas. Muito difícil classificar, pois tudo vai depender do autocontrole de cada um.

11) Depois de tratada, a pessoa está sujeita a recaídas?
Sempre, pois o ser humano é uma somatória de todas as idades que já teve.
Ao tratarmos de uma pessoa adulta, podemos ter resultados muito rápidos e eficientes, mas, muitas vezes, a criança que está dentro dela não ficou convencida da mudança.

12) Outras considerações.
Muitas pessoas respeitam as filosofias orientais, principalmente a hindu.
Na Índia, os devotos de Vrsnu têm a verdade como sendo Deus em si. Para eles, mentir é como afastar-se da lucidez.

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Veremos ainda que existe a mentira institucional, aquela dos políticos, dos programas de governo, de instituições. São mentiras já mais ou menos aguardadas e socialmente sabidas como mentiras e mesmo assim com peso de verdade. “– Nosso programa de desenvolvimento ecológico pretende, até o final do ano, controlar totalmente as queimadas...” “– Senhores passageiros, a aeronave deve voltar ao aeroporto de partida por um pequeno problema na ventilação, estamos circulando o aeroporto para esgotar todo combustível antes do pouso” “– Toda corrupção será apurada...”

Pelas curiosidades em torno desse tema, talvez seja importante estudarmos um pouco a mentira em si, como fenômeno de falseamento da verdade, de oposição à veracidade, como mecanismo de conveniência e convivência social, de estratégia de sucesso, como planejamento político, enfim, como habilidades de sobrevivência do ser humano (e parece não ser monopólio do ser humano).

A Mentira
A mentira não deve ser entendida como uma espécie de contrário da verdade. Ética e moralmente a mentira está muito mais relacionada à intenção de enganar do que ao teor de deturpação da verdade e, juridicamente, a mentira está relacionada ao dolo ou prejuízo que causa a outra pessoa.

A mentira não é apenas invenção deliberada, uma ficção, pois nem toda ficção ou fábula é sinônimo de mentira. Não pode ser mentira a literatura, a arte ou mesmo a demência (sintoma da confabulação). A intencionalidade é que define a mentira, estabelece o dano ou dolo.

Assim sendo, não mente quem acredita naquilo que diz, mesmo que isto seja falso. Santo Agostinho declara que “Quem enuncia um fato que lhe parece digno de crença ou acerca do qual forma opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o fato seja falso”.

Considerarmos todas as formas de mentira, desde a mentira convencional de dizer Bom Dia às pessoas sem que, necessariamente, ansiamos para que ela tenha realmente um bom dia, passando pela mentira humanitária de consolar o moribundo, pela mentira carinhosa de achar que aquele vestido ficou muito bem na pessoa amada, o Papai Noel, ou a mentira por omissão, seja ela médica, política ou policial, enfim, todas essas maneiras de dissimular a verdade, entendemos melhor as pesquisas que mostram a mentira presente em todas as pessoas.


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orkut



A geração de usuários da internet nascida depois de 1990 - década da popularização da rede - pode estar crescendo com uma visão perigosa a respeito do mundo e da sua própria identidade, sugere um psicanalista inglês.


Segundo Himanshu Tyagi, a principal causa deste problema seria o fato de que os nascidos nesta época já cresceram em um mundo dominado pela navegação na internet e pelos sites de relacionamento como o Facebook, Orkut e MySpace.



"É um mundo onde tudo se move depressa e muda o tempo todo, onde as relações são rapidamente descartadas pelo clique do mouse, onde se pode deletar o perfil que você não gosta e trocá-lo por uma identidade mais aceitável no piscar dos olhos", disse Tyagi durante o encontro anual do Royal College of Psychiatrists, uma das principais agremiações de psiquiatras do Reino Unido e da Irlanda.



O psiquiatra destaca ainda que as pessoas que se acostumam com o ritmo rápido dos sites de relacionamento podem achar a vida real "chata e pouco estimulante", o que poderia causar problemas de comportamento.



"É possível que os jovens que não conhecem o mundo sem as sociedades virtuais dêem menos valor às suas identidades reais e, por isso, podem estar em risco na sua vida real, talvez mais vulneráveis ao comportamento impulsivo ou até mesmo o suicídio", disse.



Pesquisa
Tyagi começou seu interesse por identidades virtuais quando fundou um site que funciona como uma rede de contatos profissionais e se deu conta da distância enorme que há entre psiquiatras em atividade e pacientes mais jovens em assuntos relacionados à internet.



Ele constatou, após uma pesquisa com psiquiatras durante um congresso nos Estados Unidos, que a maioria dos profissionais não sabia da magnitude do impacto do mundo virtual na geração jovem.



Segundo o professor, além dos sites de relacionamento, as salas de bate papo virtuais também podem influenciar problemas de comportamento como a timidez.



Ele destaca que o anonimato e a falta de experiência sensorial das conversas nestes ambientes virtuais poderia mudar a percepção de interatividade e criar uma visão alterada sobre a natureza dos relacionamentos.



"A nova geração, que cresceu em paralelo ao avanço da internet, está atribuindo um valor completamente diferente para as relações e amizades, algo que estamos fracassando em observar", afirmou Tyagi.



Benefícios
O psiquiatra afirma que são necessárias mais pesquisas sobre o impacto da internet na geração jovem e ressaltou alguns benefícios dos sites de relacionamento.



Segundo ele, essas redes oferecem um status social mais equilibrado, onde raça e gênero são menos importantes e onde as hierarquias da vida real são dispersas.



Ele destacou ainda que a quebra das barreiras geográficas permite acesso a relacionamentos e a apoio de amigos virtuais.



Experiência
As afirmações de Tyagi, entretanto, forem contestadas por especialistas da área.



Graham Jones, psiquiatra especializado no estudo do impacto da internet, reconhece que existe o risco de que uma freqüência exagerada de sites de relacionamento possa levar a problemas de comportamento. Mas ele acha que esses riscos foram exagerados por Tyagi.



"Para cada geração, a experiência com relação ao mundo é diferente. Quando a imprensa escrita surgiu, tenho certeza que muitos a consideraram como uma coisa ruim", disse Jones.



"Pela minha experiência, pessoas que tendem a ser mais ativas nos sites como o Facebook ou Bebo são aquelas que já são mais socialmente ativas de qualquer forma - é apenas uma extensão do que eles já fazem", concluiu o psiquiatra
no G 1


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SERÁ ?




















Ingrid Betancourt: ¿una liberación comprada?
Ingrid Betancourt y los 14 rehenes de las FARC no fueron liberados durante una acción militar, sino adquiridos al final de una operación de liberación gracias a la infiltración de sus guardias. Una información exclusiva de la RSR.

Una fuente confiable, probada en varias ocasiones durante los últimos veinte años, ha proporcionado los detalles a nuestro colega Frédéric Blassel. Dijo que el importe de la operación es de aproximadamente veinte millones de dólares.

Es la esposa del guardián de los rehenes, vista por Ingrid Betancourt desnuda y amordazada al pie del helicóptero, quien actuó como intermediaria desde su detención por las fuerzas colombianas. Ella permitió abrir un canal de negociaciones con los captores de los rehenes y consiguió que su carcelero, Geraldo Aguilar, cambiara su campamento.

Operación del ejército sería una farsa

En el comienzo de la transacción están los EE.UU., que tenían tres agentes del FBI entre los quince rehenes. En principio, el FBI no interviene en el extranjero, pero los tres agentes habrían sido prestados por la agencia de la DEA. Junto con Afganistán, Colombia es una de las dos principales bases de la acción de la DEA en el extranjero.

Esta liberación es, por tanto, una gran farsa. El elemento que ya ha puesto el chip en el oído de muchos observadores es que se llevó a cabo sin ningún tipo de enganche, podríamos decir casi como una partitura. Incluso los rehenes fueron engañados, al principio, por esta escenografía.

Por último, salvo muy pocas imágenes, el vídeo de la operación completa no ha sido distribuido, aunque por lo general este tipo de operaciones son filmadas desde el principio hasta el final por un miembro del comando. Dado que la operación fue un éxito, ¿por qué este video no ha sido distribuido?

Las razones de un teatro

Esta obra de ficción permite al presidente colombiano Alvaro Uribe mantenerse, al menos oficialmente, en su línea dura, lo que excluye toda negociación con los rebeldes, siempre y cuando los rehenes no sean liberados. No debemos olvidar que las FARC siguen contando con cientos de personas retenidas, menos famosas que Ingrid Betancourt.

Por ello, el jefe del Estado colombiano quería ser capaz de escoger el “Día D” de la liberación, en función de su propia agenda política. Hace diez días, Álvaro Uribe, ha pedido al Congreso de Colombia para convocar de inmediato elecciones presidenciales adelantadas, y este golpe de efecto le permite restaurar su imagen como hombre fuerte del país.

El timing es perfecto, puesto que las FARC nunca han estado tan débiles en su propio terreno.
en RSR




































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Responder à altura



Desde há alguns anos, Cliff Kincaid, editor do esplêndido site Accuracy in Media, vem colecionando declarações perversas, grotescas e sobretudo insultuosas proferidas por políticos, intelectuais e artistas de esquerda nos EUA. Insultuosas não só a esta ou àquela pessoa, a esta ou àquela nação, raça ou religião, mas ao próprio dom da linguagem, que não foi concedido ao homem para que criasse uma realidade postiça mediante a verbalização histriônica de seus sentimentos mais vis. Dentre esses sentimentos, destacam-se ali a recusa do elementar respeito aos recém-falecidos, o gosto sádico de caluniar a espécie humana, o desprezo pedante pelas mais singelas afeições familiares, a tendência compulsiva de intimidar e chantagear, a radical intolerância à liberdade de expressão e, last not least, o puro, o legítimo, o indisfarçado desejo de matar – tudo isso sublinhado pela presunção de infinita superioridade moral, que assim se revela, pelo contraste com a conduta documentada, um traço inconfundivelmente psicótico.

O leitor pode verificar em www.aim.org/wls. São milhares de citações, cada qual mais deprimente que a outra, nenhuma delas desmentida ou seguida de desculpas. Praticamente não há nos EUA celebridade “left-liberal” que não tenha dado sua contribuição a essa galeria de horrores, o mais direto e fidedigno retrato da alma esquerdista em todo o esplendor da sua baixeza.

Exorto os blogueiros do Brasil a reunir um mostruário nacional equivalente – necessidade vital a partir do momento em que o próprio presidente da República já não se vexa de chamar de “pervertidos” todos os que tenham objeções morais ao homossexualismo.

Mas o exemplário, para ser didático, deveria vir complementado por uma antologia dos eufemismos, rodeios e circunlóquios delicados com que a “direita”, encolhendo-se de servilismo ao ponto de quase desaparecer no subsolo, responde à brutalidade esquerdista, fingindo uma atmosfera de respeito mútuo, movendo guerra cultural assimétrica contra si própria e inventando para tal fim essa coisa extraordinária, jamais prevista nos manuais de lógica, que é a reciprocidade unilateral.

A diferença entre a direita brasileira e a americana, nesse ponto, é mínima. O pastor Pat Robertson, ao declarar que alguém devia dar cabo de um feroz inimigo do seu país, levanta contra si uma tempestade de invectivas e se humilha num pedido de desculpas. Apelos públicos ao assassinato de George W. Bush são tidos como normais, aceitáveis e até elegantes.

No Brasil, quem exerceu o direito elementar de responder ao sr. presidente da República que pervertido é ele?

Quando o sr. Ricardo Berzoini jura que invadir e queimar fazendas produtivas é “uma contribuição à democracia”, quem lhe responde que vá ser cínico naquele lugar?

Quando o sr. Luiz Mott fala de erotismo abraçado à estátua de um bebê, quem denuncia que isso é propaganda da pedofilia? Quando ele cisca cento e poucos gays dentre os 50 mil brasileiros assassinados por ano e faz disso uma “prova” de violência anti-homossexual endêmica, quem o acusa de improbidade intelectual?

Quanto o ministro da Saúde alega que milhares de mulheres morrem em abortos clandestinos e os próprios documentos do seu ministério provam que elas não passam de sete ou oito, quem o processa por essa fraude publicitária?

Até as Forças Armadas, quando acusadas de crimes imaginários, dão mau exemplo, omitindo-se de responder à calúnia com o devido processo judicial e optando pelo protesto tímido das “notas oficiais” praticamente inaudíveis.

Notem bem. Eu jamais aprovaria que se usase contra a esquerda o recurso, tão típico dela, à ênfase forçada, à autovitimização fingida, ao denuncismo histriônico. Mas o sentimento de justiça, que deve vigorar no estilo literário como em tudo o mais, exige que se chamem as coisas pelos seus nomes, o pervertido de pervertido, o mentiroso de mentiroso, o vigarista de vigarista.
O de Carvalho


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A essência do comunismo



A razão principal pela qual a maioria das pessoas se deixa enganar pelos embustes comunistas – indivíduos ou países – é a ignorância a respeito da essência do comunismo. Este tem sido sempre apresentado como a visão grandiosa de um futuro brilhante para a Humanidade onde haveria uma verdadeira cooperação entre os homens. Mesmo os que não acreditam nesta falácia e lutam contra ela, acreditam que esta intenção é sincera, mas utópica. Criticam-se os meios para alcançar os nobres fins – mas não se percebe que esta é, exatamente, a falácia.


As idéias assim chamadas socialistas são muito mais antigas do que Marx e Engels. A visão de um mundo menos competitivo com menos pobreza e desigualdade tem povoado os sonhos de inúmeros pensadores. Marx percebeu que este é um sonho impossível e por isto atribuiu a todos eles a qualificação de socialismos utópicos, em oposição ao comunismo, o único socialismo científico.

Em primeiro lugar é preciso deixar claro o que o comunismo não é. Não é um estado social a atingir; não é a ideologia do proletariado; não é um regime político; não é um sonho dos homens de bem; não tem, propriamente falando, uma causa pela qual lutar nem um objetivo a atingir nem um processo para atingi-lo.

Olavo de Carvalho tem dito que o comunismo não é um processo político mas uma cultura. Recentemente referiu que: ‘minha tese é que o comunismo não é um "regime" de maneira alguma, mas só o movimento enquanto tal, a "revolução permanente", o desgaste das melhores possibilidades humanas numa agitação feroz e sem finalidade. Afinal, etimologicamente, "revolução" quer dizer girar em círculos’ (comunicação pessoal). Portanto, causa, objetivo e processo se confundem numa coisa só: o comunismo já é, não será. Os fins não justificam os meios, são os próprios meios!

Aprofundando, acredito que a essência do comunismo é ser uma máquina de produção contínua, ininterrupta e eterna de mentiras. Pode-se dizer que Marx se deu conta do caráter utópico dos fins a que se propunham os diversos socialismos e, partindo de uma observação mais acurada da mente humana, chegou ao socialismo ‘científico’: Marx teria percebido – consciente ou inconscientemente – a preferência da Humanidade por mentiras agradáveis a ter que conviver com verdades por vezes dolorosas. Ou a um estado de dúvida, o mais temido e rechaçado de todos – embora o único que pode levar ao estudo e ao verdadeiro conhecimento. Substituiu então o velho lema socialista – a cada um de acordo com seu trabalho – por outro mais agradável - a cada um segundo suas necessidades. Enquanto o primeiro inclui necessariamente algum esforço, o segundo acena com um estado de coisas paradisíaco ou nirvânico no qual todos terão suas necessidades atendidas. A mudança é sutil mas fundamental.

Este estado já foi atingido pelos próprios líderes comunistas: nenhum exerceu qualquer trabalho sistemático por muito tempo. Marx viveu às custas de sua mulher aristocrática e depois, de Engels. Este nunca precisou trabalhar. Lênin formou-se em Direito mas teve uma única causa que abandonou para viver às custas da irmã, depois dos exilados e finalmente do Estado. Mao exerceu por pouco tempo o magistério, Chou Enlai era descendente de ricos mandarins. Fidel só defendeu a si mesmo e desde então vive às custas do Partido e do Estado. Prestes nunca mais trabalhou desde que desertou de forma desonrosa. A lista é infinita e serve para mostrar que, para os mais iguais entre os ‘iguais’ (apud Orwell) a teoria deu certo! Conseguiram recriar o estado aristocrático de parasitas tão indolentes quanto inúteis!

Não foi à toa que Orwell colocou seu personagem principal em 1984, Winston, como funcionário do ‘Ministério da Verdade’, encarregado de produzir mentiras; nem que o jornal principal do comunismo seja A Verdade (Pravda)! A máquina de produzir mentiras começou com Marx e segue até hoje produzindo incansavelmente. Os alegados objetivos do comunismo são como uma cenoura que se amarra na frente do cavalo: sempre perseguida, nunca atingida, pois cada vez que se move, o cavalo empurra a cenoura à sua frente. Assim, quando há alguma crítica ao eufemisticamente chamado socialismo real sempre vem a desculpa que aquilo não era o comunismo ainda, foi desvirtuado pelo stalinismo, o verdadeiro comunismo ainda não foi atingido. Mas nunca o será!, pois não é realmente algo alcançável e o processo de busca se esgota como fim em si mesmo.

Por possuir este caráter polimorfo, protéico, é sempre capaz de escapar a críticas e impossível de ser refutado. Ao mesmo tempo, é extremamente adaptável a qualquer circunstância, até ao fracasso, do qual, como uma Fênix, renasce em nova forma dissimulada, irreconhecível a não ser por um observador que conheça sua essência mentirosa. Realizam-se mudanças meramente cosméticas e se as apresentam como profundas.

Uma outra característica que o torna praticamente invulnerável é o mimetismo. Sabe-se que determinados animais, como o camaleão, mimetizam a cor e o aspecto da árvore em que se encontram para passarem desapercebidos dos seus predadores. Mas é só aparência, um camaleão mimetiza mas não se torna árvore, continua camaleão. Assim o comunismo mimetiza ‘avanços democráticos’, ou ‘liberação econômica’, mas apenas dissimula sua natureza, não deixa de ser o que sempre foi. Só se engana quem precisa ser enganado, embora seja preciso reconhecer que o mimetismo é tão próximo da perfeição que é difícil perceber que continua o mesmo com novas cores e aparências.

Assim foram a Nova Política Econômica de Lênin, os planos Qüinqüenais de Stalin, o Grande Salto a Frente e a Revolução Cultural (que floresçam mil flores - para serem devidamente extirpadas!), de Mao Zedong, as Quatro Modernizações, de Deng Xiaoping e a Perestroika, de Gorbachëv. Todos não passaram de mimetismo da democracia – o democratismo, com oposição controlada – ou do liberalismo – ‘economia de mercado’ socialista, totalmente controlada pelo Estado. Não apenas se travestem do que não são para evitar ataques, como o fazem como uma armadilha para atrair o inimigo e atacar de volta. Por exemplo, abandona-se a ‘ditadura do proletariado’ por um slogan mais palatável, o do ‘governo de todo o povo’. A abolição do termo ditadura não passa de uma dessas mudanças cosméticas para atrair incautos que acreditam em palavrório e não buscam o conteúdo oculto das palavras.

No nível pessoal isto se traduz pela imensa hipocrisia e desfaçatez que caracteriza individualmente os comunistas e que pode ser expressa com exatidão pela ironia usada por Agamenon Mendes Pedreira (leia-se Casseta e Planeta) do Globo de 23/05/2004: ‘espero um dia poder ser comunista, mas não tenho conta bancária suficiente ainda!’ O que demonstra, a meu ver, o que Olavo de Carvalho denomina ‘o desgaste das melhores possibilidades humanas’: um abandono total das noções éticas e morais.

Mas ai de quem tentar discutir isto a sério: é logo taxado de reacionário, burro, ignorante que não é capaz de perceber o distanciamento de que estes seres magnânimos são capazes.

Fico enojado quando em jantares sofisticados as pessoas comentam a necessidade de um estado socialista para melhorar a distribuição de renda, sem se darem conta de que a cada garfada de faisão e gole de Champagne Cristal, engolem o equivalente a uma semana de comida para toda uma família das que hipocritamente fingem defender.

Mas convenhamos que não é fácil para algumas pessoas se tornarem comunistas. Viktor Kravchenko, em seu livro Escolhi a Liberdade, mostra com crueza o grau de degradação moral e ético, além da corrupção do processo de pensar, que é necessário para um indivíduo assistir a morte por inanição de milhares de semelhantes em nome exatamente da melhora de situação destes mesmos semelhantes – no futuro! – por obra e graça do ‘Plano Qüinqüenal do Genial Paizinho Stalin’. É preciso atingir um nível de organização mental esquizóide, de uma tal divisão da mente – dois sistemas mentais incomunicáveis - que permite que o indivíduo seja capaz de não dialogar consigo mesmo e afastar as objeções morais, éticas ou religiosas que ameaçam com sentimentos de culpa, compaixão e empatia. Mas também de corrupção do próprio processo de pensar, o que torna a verdade cada vez mais persecutória e temida.

Portanto, não se trata aqui de mentiras quaisquer, mentirinhas mais ou menos graves que todos usamos em dadas circunstâncias, conscientemente percebidas como tal. Trata-se de um verdadeiro sistema mentiroso que se aproxima – e freqüentemente atinge – o franco delírio psicótico. Penso que o status ontológico da mentira foi observado pelo psiquiatra e psicanalista britânico Wilfred Bion quando afirmou que ‘a verdade não precisa de um pensador que a pense – ela pré-existe e transcende o pensador, o qual adquire significação ao pensá-la. A mentira, no entanto, só existe em função de ser pensada (inventada) por alguém’, (...) A verdade pertence a um sistema transcendente e como tal, ameaça irromper como algo estranho e ameaçador (...) já a mentira é vista – e é - como criação própria’ conferindo ao mentiroso um sentimento de onipotência e onisciência. (The Lie and the Thinker, in Attention and Interpretation, Tavistock Publications, London).

Mas como estes dois sistemas incomunicáveis não conseguem ser tão estanques como desejariam, é necessária a re-afirmação constante por parte do grupo que partilha ardorosamente a mesma mentira. Por isto, um comunista não existe senão em grupo. Se alguém tenta expressar uma verdade num grupo desses desperta imediatamente intenso ódio e inveja, e maior coesão do grupo – e da mente de cada um em particular que ameaça uma cisão terrível - para reforçar o delírio megalomaníaco e expulsar o perturbador de suas idéias.

É claro que o comunismo é muito mais que isto, mas esta, a meu ver, é a sua essência.

O autor é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e ex-Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, Membro do Board of Directors da Drug Watch International, e Diretor Cultural do Farol da Democracia Representativa (www.faroldademocracia.org) . Possui trabalhos nas áreas de psicanálise e comentários políticos publicados no Brasil e exterior. E é ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP). É autor do livro "O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial" . Site: www.heitordepaola.com .


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