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05/07/2008

Sapo Escaldado






















A população perdeu a capacidade de indignar-se. Por muito menos do que o PT foi acusado, Collor foi impichado


Se você jogar um sapo em água quente ele saltará imediatamente, e salvar-se-á. No entanto, se for esquentando a água aos poucos, o sapo não perceberá, até morrer escaldado. É uma fábula antiga, porém serve como uma luva no Brasil de hoje. Desde o que se convencionou chamar "volta à democracia", nos anos 80, a roubalheira tem experimentado um crescendo vertiginoso, enquanto a população vai sendo anestesiada aos poucos e não percebe que está sendo escaldada em gatunagens cada vez maiores. O que houve, de fato, foi a "volta à cleptocracia".

Todas as semanas estouram escândalos, cada vez maiores. As "autoridades" prometem inquéritos e encomendam pizzas. A população perdeu a capacidade de indignar-se. Por muito menos do que o PT foi acusado, Collor foi impichado.

No Brasil, segundo o Pe. Antônio Vieira, rouba-se "em todos os tempos e modos". A arte de furtar tem crescido como bola de neve. Só ladrões de galinha desafiam a lei e são presos. Hoje, a maior roubalheira tem sido por meio do governo, onde impera a impunibilidade. Os ladravazes da República roubam ao abrigo de leis que eles mesmos fazem, como, por exemplo, a constituição bandida de 88. São ainda peritos em manobras semânticas. Disfarçam as roubalheiras como "imposto", "taxa", "indenização", "adicionais", "gratificações", direitos adquiridos, isonomias etc., etc., etc.

Países emergentes como o Brasil, tais como Argentina e México, têm uma carga tributária de menos de 20% do Produto Interno Bruto. No Brasil, no governo, ou melhor, no desgoverno FHC, a carga tributária subiu de 24 para 36% do PIB. Uma calamidade. Quais grandes obras foram realizadas com este aumento aterrador da tributação, além do apagão? Temos o direito de supor que este aumento de arrecadação foi simplesmente roubado ou aplicado no aparelhamento do Estado, o que é ainda pior que roubar.

Lula deu mais um empurrão e a carga tributária aproximou-se de 40%. Por enquanto! Se contarmos o que o cidadão é obrigado a gastar para suprir o que o governo não proporciona, apesar de recolher imposto para tanto, como as despesas com planos de saúde, com segurança, os prejuízos causados pelas estradas esburacadas, a dupla cobrança de impostos para a inexistente manutenção das estradas, e outras, a carga tributária avizinhar-se-á dos 50%, um horror!

Como muito bem se expressou Grover Cleveland, duas vezes presidente dos Estados Unidos: "Quando parte do sustento do cidadão é extraída na forma de tributação superior ao que seria necessário para cumprir as obrigações justas do governo e de uma administração sóbria, esta tributação não passa de uma impiedosa extorsão e uma violação dos princípios fundamentais de um governo livre".

Falou e disse! No governo militar, de saudosa memória, o governo, porque não roubou, realizou grandes obras de infra-estrutura, sem as quais o Brasil estaria no mesmo nível da Bolívia. Hoje, com o dobro da tributação, incidindo sobre um PIB quatro vezes maior, o governo utiliza esta montanha de dinheiro, não em favor da população, mas para pagar salários milionários a certas castas de marajás; para pagar mensalões e para ser roubada pelos sanguessugas que pululam em Brasília. Prova disso são os escândalos que se sucedem, especialmente envolvendo o PT, o partido que, segundo José Dirceu: "não rouba nem deixa roubar". Que cara de pau!!! Nem o Barão de Münchhausen mentia tanto!

Nos anos 60 e 70, do século passado, inúmeras quadrilhas de bandidos, da pior espécie, usando como pretexto a fracassada ideologia marxista, cometeram toda espécie de crimes hediondos: assassinatos a sangue frio, tortura, justiçamentos, assaltos a bancos e a carros-fortes, trens e minas (para roubar explosivos), seqüestros e atos de terrorismo. O objetivo destas quadrilhas era o mais torpe possível: implantar a ditadura vermelha. Se conseguissem, depois da matança de sempre estaríamos em um "miserê danado", igual a Cuba, nas palavras de Lula. No entanto, depois de perder a guerra nas ruas e nos campos, deflagraram a guerra das mentiras e enganaram toda a Nação. Vestiram peles de cordeiro e se apresentam como vítimas daqueles que não fizeram mais que cumprir, com denodo, o dever de controlar seus crimes. Os homens da lei é que foram vítimas desta ralé.

As roubalheiras são tantas que necessitariam um dossiê de milhares de páginas. No entanto, se tivéssemos de dar um "Oscar" para a maior das roubalheiras, em andamento, não teríamos nenhum dúvida em apontar o escândalo das indenizações aos supostos perseguidos políticos pelo que eles chamam ditadura. Com a mendacidade que os caracteriza, os comunas manipulam a opinião pública, invertendo valores e se enriquecendo à custa da ingenuidade e, porque não dizer, burrice, da opinião pública brasileira. A verdade é que eles não queriam, de maneira nenhuma, combater, porém implantar uma ditadura comunista, sob a égide dos facínoras de Moscou. Pelotão de fuzilamento é o que mereciam.

Escândalo dos escândalos! No governo do cripto-comunista FHC, promulgaram uma lei que não só isentava os bandidos de penalidades pelos crimes horrorosos praticados, como ainda lhes concedia "indenizações" milionárias e salários estratosféricos. Total inversão de valores, que é a essência do comunismo. Os bandidos, em vez de punição, foram recompensados e, freqüentemente, alçados a altos cargos na administração pública. Temos, por exemplo, uma terrorista, que participou de várias ações armadas, inclusive o assalto ao cofre de Adhemar de Barros (consta que o assalto rendeu dois milhões de dólares) e que foi brindado com um ministério... . Não conheço, nem no Código Penal nem alhures, nenhum artigo que diga que crimes cometidos por motivos ideológicos merecem recompensas em vez de castigo. Se existisse tal artigo, seria o caos. Aliás, é o que está ocorrendo...

Até o Presidente Lula, que nunca foi um perseguido político, recebe uma pensão mais de dez vezes maior do que recebe um operário de salário mínimo, por ter ficado preso por 31 dias, com todas as mordomias, por ter cometido um delito (liderando uma greve declarada ilegal). Ao contrário de "crime e castigo", como diria Dostoyevsky, no Brasil temos "crime, recompensa e glória!"

O escritor de esquerda Carlos Heitor Cony, alegando que hoje estaria ganhando uma fortuna, foi indenizado com mais de um milhão de reais e uma pensão mensal de mais de sessenta salários mínimos, como recompensa por tentar entregar o País aos tacões dos bárbaros soviéticos. No Brasil, o crime compensa, sim, senhor!

E o que ocorreu com aqueles que morreram nas mãos dos selvagens comunistas como os do bando de Marighela, como aconteceu com um cabo do Exército que, antes de ser morto a coronhadas, foi torturado e obrigado a engolir os próprios testículos? Suas famílias recebem indenizações milionárias, como acontece com as famílias dos facínoras que queriam entregar o País aos bolchevistas? Não! Só os criminosos foram recompensados...

É impossível imaginar absurdo maior que este. No entanto, ninguém reclama. É a lei - feita pelos bandidos! A mídia ignora o assalto aos cofres públicos e a inversão de valores, que recompensa, em vez de punir, bandidos. A água está esquentando, e ninguém nota. Breve, o sapo estará escaldado além da possibilidade de recuperação.

No limitado escopo de um artigo não cabem todas os crimes e atrocidades cometidos pelos bandidos que hoje recebem recompensas e são homenageados com estátuas, nomes de praças e de ruas. Para tanto, recomendo a leitura do magnífico livro do Coronel Brilhante Ustra, denominado "A Verdade Sufocada". Como comandante do DOI/CODI do II Exército ele foi testemunha da guerra suja que os comunas, pretextando motivos ideológicos, moveram contra o País, objetivando estabelecer um regime totalitário comunista. A verdadeira natureza criminosa desses bandidos é revelada em toda sua crueza pelo Coronel Ustra. Imperdível!


Huascar Terra do Vale

Huascar Terra do Vale
Ensaísta e advogado. Dedica-se a estudos nas áreas da filosofia, história, arqueologia, linguística, semântica geral, psicologia, psicanálise, cosmogonia, cosmologia, etologia e sociobiologia. É colunista do site Mídia sem Máscara. É autor das obras "Hino à Liberdade" e "Tratado de Economia Profana". Entre seu material inédito, constam as obras "Sociedade da Desconfiança", "Trincheiras do Iluminismo", "A Treatise on Profane Religion", "The Twilight of Gods" e "Jesus, from Abraham to Marx".


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