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02/07/2008

ONDE FICA NINHO DAS COBRAS?



Por que quase todos os jornalistas são esquerdistas? Porque a maioria dos escritores, cineastas, pintores, músicos, cartunistas, atores, diretores e noveleiros de tevê são esquerdistas? Por que tantos professores primários, secundários e universitários são esquerdistas? Por que tantos estudantes são esquerdistas? Por que tantos funcionários públicos e profissionais liberais são esquerdistas?

Por que os empresários sentem culpa ou vergonha da sua condição? Por que tanta gente na classe média apóia e se engaja na ideologia comunista, contrária à sua própria existência? Por que tantos acreditam nessas idéias, apesar de sua evidente falência em todo o mundo?

Por que todos os partidos políticos adotam programas tão iguais em seu teor esquerdista? Por que quase todos os políticos defendem e pregam essas mesmas idéias?

São indagações que intrigam as mentes lúcidas, especialmente as dos mais velhos, que um dia viveram num Brasil e num mundo no qual as opiniões eram diversas, as disputas tinham conteúdo, os argumentos tinham substância e os sentimentos tinham mais autenticidade. Um mundo mais inteligente, em suma.

Por que, em poucas décadas, tudo foi invadido por essa estúpida, rancorosa e intolerante uniformidade? Por que todos pararam de pensar, de duvidar, de contestar? Por que têm medo de sair dos mesquinhos limites estabelecidos não se sabe por quem? Por que motivo só se fala uma única e mesma língua geral em todos os lugares, a nheengatu dos esquerdistas?

Não há dúvida: o avassalamento da cultura, da política e do poder não aconteceu por acaso, nem é fenômeno natural. É coisa tramada, urdida, combinada, imposta de fora. Kantismo, hegelianismo, marxismo, leninismo, trotsquismo, gramscismo, freudismo, estruturalismo, pós-modernismo, feminismo, movimento guêi, multiculturalismo, desconstrucionismo, construtivismo, neoconservadorismo... é claro que nenhum desses ismos tem brotado espontaneamente do “povo”, muito menos da “sociedade”.

Os ismos não teriam importância se fossem apenas questões acadêmicas, lérias de intelectuais pedantes. Mas não são. Irradiando das cátedras e das bibliotecas, eles são disseminados e logo passam a condicionar a linguagem da mídia, a temática dos livros, o enredo das novelas, o teor das notícias, os chamegos das ongues, e assim vão tomando conta de tudo, chegando finalmente aos palanques e ao Congresso, onde viram leis. Disso tudo sobram resíduos e despejos – ou seja, slogans e clichês de propaganda – que vão acabar no lixão da cultura popular e são absorvidos pela massa de analfabetos que compõem três quartos da população brasileira, justificando e ideologi-zando seus ódios, seus ressentimentos e seus desvarios criminosos. É o que o doutor Theodor Dalrymple, psiquiatra britânico, denomina o conjunto disfuncional de valores do povão.

Perplexos diante desse dilúvio universal de imbecilidade, e sabendo que ele não surge do nada mas é inculcado a partir de alguma fonte, os estudiosos procuram investigar donde vem tudo isso.
É tanta gente em tantos lugares, todos agindo de modo coordenado e sincronizado, uns apoiando e dando cobertura aos outros, protegendo-se mutuamente, entendendo-se tacitamente, muitas vezes sem se conhecer ou sequer ter contacto direto, que parece uma gigantesca, ubíqua e infernal conspiração.

Sim, conspiração. Mas de quem? De onde? Se existe um comando central – e tudo indica que deve existir algum – certamente não se situa no Brasil. Pois todas essas idéias, correntes e ideologias vêm de fora. No Brasil, em matéria de cultura, especialmente de cultura ideológica, quase nada se produz, tudo se traduz. Kant, Freud, Hegel, Marx, Frankfurt, Gramsci, Derridá, Fucô, Adorno, Bobbio, Marcuse, Rawls, tudo isso é material importado. Não só as idéias vêm de fora, mas a grana também: Soros, Fundação Ford, Fundação Rockefeller, Oxfam, Unesco, Fundação Mitterrand, Conselho de Igrejas, petrodólares do Chávez, narcodólares das FARC, etc., etc., tudo isso é no exterior. Logo, o centro da coisa existe, e existe em algum lugar que não é o Brasil. Que centro é esse?

Antigamente era costume atribuir à maçonaria certas calamidades, tais como o Terror jacobino na França e os movimentos subversivos que varreram a Europa nos séculos 18 e 19. Muita gente ainda acredita nisso e acha que os maçons governam o mundo por trás do pano. Infelizmente, não é bem assim. Tenho amigos maçons e, na esperança de serem eles o governo mundial, cheguei até a insinuar pedidos de mensalões e mordomias. Inutilmente.

Outros atribuem a conspiração aos judeus. As versões variam: há quem creia nos Protocolos dos Sábios do Sião, ou no fantástico Rei dos Judeus, cujo QG se situava na Polônia ou na Galícia. Corre também a história de que o controle esteja em Londres, onde seria exercido por intermédio do Royal Institute of International Affairs e da casa bancária Rothschild (da qual, na verdade, só resta a lenda, pois a fortuna da família Rotschild, embora seja substancial, ficou insignificante diante dos novos conglomerados financeiros mundiais). Deixando de lado essas fantasias, resta o fato de que muitos judeus tiveram, sim, importante participação no movimento comunista mundial e na subversão cultural nos Estados Unidos, por intermédio do freudismo, da antropologia cultural de Franz Boas e da denominada Escola de Frankfurt. Também é fato que essas três correntes ideológicas são muito influentes no Brasil. Mas a idéia duma conspiração mundial judaica como controladora da bagunça brasileira nem merece discussão, pois os judeus nunca foram unânimes em coisa nenhuma e o seu misterioso “centro de controle”, se existisse, seria pior que a ANAC do Lula, pois nem sequer controla o parlamento de Israel, onde as várias facções se engalfinham em contínua briga de foice no escuro.

Certos grupos patrióticos americanos consideram a ONU e o Council on Foreign Relations – o CFR – não propriamente como centros de controle mundial, mas focos de subversão e de permanente conspiração contra a soberania e a existência das nações, visando ao estabelecimento de um governo mundial. Concordo. A ONU é a mãe das ongues e dos direituzumanos, e de fato exerce, no Brasil, um papel de destruição da nacionalidade. Mas também concordo com os patriotas americanos noutro ponto: a ONU não é a fonte, é apenas o gerente das ideologias geradas na tal fonte, que ainda não identificamos.

Outra hipótese séria é a influência de Antonio Gramsci, objeto do excelente estudo A Revolução Gramscista no Brasil, do general Avellar Coutinho (Estandarte Editora, Rio, 2002). Com efeito, Gramsci elaborou um projeto de tomada do poder por infiltração cultural, no qual todos os valores e instituições da sociedade “burguesa” seriam gradativamente subvertidos e controlados pela esquerda, até o ponto em que estas adquirissem a hegemonia, ou seja, em que suas idéias se tornassem a única moeda corrente, e toda a dissidência, discordância ou diferença de opinião fosse suprimida. Sem dúvida, esse processo já aconteceu no Brasil.

Mas Gramsci é apenas o idealizador do projeto, não o seu executor. É difícil imaginar que a execução dum trabalho subversivo tão vasto, profundo e prolongado tenha acontecido espontaneamente, só por causa das suas idéias e pela iniciativa esparsa de seus adeptos. Tarefas desse gênero não se executam sem alguma imensa organização por trás de tudo.

Que organização seria essa? Os partidos comunistas tradicionais? Certamente não, pois eram ligados à União Soviética ou à China, ditaduras que não aceitavam a via gramscista. Além disso, os velhos militantes, disciplinados e duros, jamais engoliriam as frescuras do pós-modernismo.

Outras organizações? Se as houvesse, teriam de ter dimensão internacional, porque a subversão cultural aconteceu simultaneamente em todo o mundo.

E aqui recaímos na nossa questão inicial: se a subversão vem de fora, é porque há algo que a produz e controla; se essa entidade existe – e sabemos que existe, pois os efeitos de sua ação são mais que visíveis – onde está ela? Onde fica o ninho das serpentes?

Como nosso espaço acabou, deixaremos a resposta para o próximo número do Inconfidência. Aguarde...

* A. C. Portinari Greggio
Economista, ex-aluno da Escola Preparatória de Cadetes de São Paulo

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