O governo petista tem dado mostras do tipo de Estado que entende ser o melhor para os cidadãos: um Estado corrupto, corporativo, aparelhado com os amiguinhos do poder, que não faz a sua parte com os impostos que recebe e, pior do que tudo isso, um Estado vingativo e desagregador.
A recente publicação do livro "Direito à Memória e à Verdade", em que a Comissão de Mortos e Desaparecidos deseja mostrar as "crueldades da ditadura", é um bom exemplo desse desejo de vingança irrefreável que costuma aparecer a cada vez que o governo vai mal ou a cada vez que se aproxima uma data significativa para os militares. No primeiro caso, temos, entre outros dissabores para o partido do governo, o julgamento do processo contra os "40 ladrões" perante o Supremo Tribunal Federal, e que redundou no acatamento da denúncia do Procurador-Geral da República, fazendo com que todos os nominados se tornassem réus. Como a maioria deles é formada por integrantes do Partido dos Trabalhadores - ou, pelo menos, a ele se encontravam ligados de uma ou de outra maneira -, evidente que o PT não iria perder uma oportunidade de desviar a atenção do público para tentar fazer crer que há gente pior do que eles. No segundo caso, temos a proximidade das comemorações do Dia da Independência, quando a data deveria unir ainda mais os brasileiros, civis e militares, jovens e adultos, mas acaba por servir para provocar a cizânia entre os cidadãos.
O curioso é que não se vê o governo agir com a mesma sanha vingativa contra aqueles que realmente merecem a vingança da sociedade. Ao contrário, bandidos e vigaristas de toda espécie andam soltos pelas ruas, quando não freqüentam os próprios palácios governamentais. Se o desejo de vingança se voltasse contra essa gente, por certo que a sociedade brasileira aplaudiria de pé a atitude do governo. Mas voltando-se ela contra pessoas que, quer os esquerdopatas queiram, quer não, livraram o país do comunismo (regime com que muitos mentecaptos ainda sonham), tal atitude revela apenas o intento de forçar um ódio dos cidadãos contra as Forças Armadas, única instituição que lhes poderá socorrer caso isso se torne necessário.
Ora, um bom governo agiria justamente em sentido contrário, esquecendo as desavenças pretéritas (não foi para isso que se editou a Lei da Anistia?) e dirigindo os olhos para a construção de um futuro de paz e prosperidade, que só pode vingar em um ambiente de união, de comunhão de ideais e de conjugação de esforços. Não há de ser, portanto, jogando irmãos contra irmãos que o governo poderá fazer do Brasil uma nação de excelência, ou, no mínimo, uma nação decente.
O tratamento que o governo dispensa às Forças Armadas faz com que pensemos que, para os petistas, essa instituição não pertence ao país. Mas eles não devem se esquecer de que serão precisamente as Forças Armadas quem irá lhes dar suporte em caso de necessidade. Não devem se esquecer, ainda, de que essa necessidade é absolutamente imprevisível, dependendo sempre dos ventos da ocasião, para os quais não há previsão meteorológica e nem medição apropriada de sua intensidade.
Aliás, são justamente as Forças Armadas que desenvolvem as principais ações sociais tão caras aos petistas, como a entrega de gêneros alimentícios às famílias mais pobres, o auxílio às populações ribeirinhas da Amazônia, a assistência médico-hospitalar nos mais escondidos rincões do país. Por que, então, afrontá-las de forma tão desprezível?
Essa gente precisa entender, de uma vez por todas, que no período que se tornou conhecido como "ditadura militar" enfrentamos uma guerra, sim. E essa guerra não poderia ser resolvida de outra maneira senão a adotada pelos militares da época. Ou será que a ingenuidade é tão grande a ponto de imaginar que bastava perguntar aos guerrilheiros onde ficava o "aparelho" ou quando seria o seu próximo assalto a banco, o seu próximo assassinato, o seu próximo "justiçamento" ou o seu próximo seqüestro para que eles tudo revelassem, sem resistência alguma?
Quando um país vive uma guerra a sociedade inteira há de se submeter a um regime excepcional, justamente para que essa guerra possa ser debelada o mais rápido e com a maior eficiência possível. E, no nosso caso, tal submissão se fez praticamente sem que a sociedade sentisse os seus efeitos. Aquela guerra foi, graças a Deus, debelada sem grande derramamento de sangue, ao contrário do que ocorreu em vários outros países da América Latina. Mais do que isso, aquela guerra nos assegurou a liberdade, princípio básico que deve nortear qualquer Estado, mas que os guerrilheiros-comunistas estavam a ponto de destruir. E uma guerra dessas não se ganha de graça.
Mas, ao que se saiba, não estamos mais em guerra. E se não estamos mais em guerra, por que motivo sujeitar a sociedade ao apetite vingativo do governo e de toda a esquerda que o apóia? Que benefício essa atitude trará ao país?
Considerando-se que a imensa maioria dos militares que participaram de ações repressivas durante o período da luta armada - luta, diga-se de passagem, instalada pelos próprios comunistas (muitos dos quais hoje estão no poder) na tentativa de implantar, à força, um regime nos moldes do então vigente em Cuba ou na União Soviética -, está hoje morta ou, no máximo, já fora das casernas, é de se perguntar: que interesses oculta a esquerda com a publicação daquele livro? Será que é para depois vingar-se diretamente dos poucos militares que ainda sobram daqueles tempos e atirá-los ao opróbrio e às prisões? Por que essa mesma esquerda não condena também os horrores praticados na ilha cubana, preferindo, ao invés, louvar seu já decrépito comandante, a ponto de entregar-lhe o destino (sabe-se lá qual será ele) de dois atletas que só ansiavam por liberdade? Que critério é esse que os esquerdopatas utilizam para separar as "boas" e as "más" revoluções? Que autoridade têm eles para ditar-nos o que é bom e o que é ruim?
Esse ímpeto vingativo da nossa esquerda nos remete, inevitavelmente, a uma imperiosa indagação: ao descobrir o desvio de fundos da cidade paulista de Santo André para os cofres do PT e tencionando impedir a continuidade da ação, será que Celso Daniel não teria sido também alvo de uma terrível vingança?
A coisa mais fácil do mundo é despertar sentimentos negativos, como o ódio, a inveja, a vingança ou qualquer outro tipo de paixão. Difícil, mesmo, é fazer brotar a temperança, a confiança e a auto-estima do povo. Mas esse é um desafio que o PT, decididamente, não tem a menor competência para enfrentar.
MSM
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