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12/07/2008

Só uma Cervejinha


















Falo pelas minhas palavras e com o meu coração. Não sou nenhum profissional da área médica, sou um “experiente” dependente químico.


O que quero falar hoje não é sobre meus momentos alucinados e, sim, de um fator muito importante para me manter em abstinência; o remédio para minha doença. Não vou dizer sobre a mudança de atitude e de comportamento, a base para quem quer mudar tudo na vida.



Todo dependente químico (DQ) tem a sua substância de preferência. Prefiro chamar de droga de preferência porque é uma droga mesmo. Essa preferência nada mais é do que a droga que “o cara curte mais”, aquela com a qual o DQ se identifica mais. No meu caso, graças a Deus, curtia, no tempo passado do verbo.



A mais importante atitude que devo tomar para permanecer remediado é ter a consciência do que posso e, principalmente, do que não posso fazer para manter distância de minha droga de preferência.



A cocaína, como toda droga, incluindo o álcool, me deu momentos inexplicáveis de alegria no começo da minha adicção. Eu era o tal!

Sempre acreditei que meu único problema era a cocaína. Claro, eu estava errado! Além do meu comportamento autodestrutivo tinha, como dizem os psicólogos, o gatilho para chegar até o pó.



A bebida alcoólica, na minha opinião, por ser lícita e até glamourosa, é o pior de todos os gatilhos. Coloquei gatilho no plural porque existem outros fatores que podem levar o DQ à recaídas ou a continuar se drogando.

Se sóbrio o DQ já é super orgulhoso, imagina com uns goles a mais. Putz, ele é o rei!



Insaciável, indestrutível, inatingível, inigualável era eu quando, como diz um DQ amigo meu, estava “embrutecido pelo etílico”. Nada podia me parar! Mal sabia eu que eu já estava parado. Parado na evolução como ser humano, como ser espiritual.



Não tinha traficante, boca (lugar onde se compra droga), polícia, amigo, família, namorada que pudesse me segurar. Era hora de cheirar. Mesmo não estando com vontade, ou melhor, mesmo estando com minha vontade mascarada, depois de tomar umas era só uma questão de tempo e lá estava eu de novo alimentando meu desejo mais podre.



Depois de passar por um tratamento de 8 meses, aprendi que embora o álcool não seja minha droga de preferência, é a alavanca para criar uma bola de neve chamada compulsividade para a droga e, conseqüentemente, me destruir.



Um DQ que realmente quer se recuperar tem que reconhecer seus limites. Saber até onde pode ir, o que deve fazer e o que não deve. Respeitar meus limites nada mais é do que ser disciplinado, ser coerente com as minhas metas. Essas coisas eu costumo falar de mim e para eu mesmo, pois, o ouvido mais próximo da minha boca é o meu!!!



Para mim, o DQ tem que ter medo, aliás, é bom que também tenha medo quem não é dependente. Não ter medo é irresponsabilidade, e é o primeiro passo para quem não quer se manter sóbrio ou para a recaída.

Agora fica fácil entender porque o álcool é um gatilho. A bebida me deixava sem medo, ou melhor, sem responsabilidade, e quem não tem responsabilidade não tem limites e eu sem limites volto a ficar doente, volto para a ativa. Saber disso é o que me torna consciente e consciente me torno coerente.



Como um diabético não pode comer doce, eu não posso usar drogas (por favor, não esqueçam do álcool quando falo de drogas).



E andarei em liberdade; pois busco os Teus preceitos. Salmos 119:45




Andre Lucenti


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