As alegações para a PES entram em quatro categorias gerais:
Telepatia -- a consciência de uma pessoa de pensamentos de outrem, sem qualquer comunicação por canais sensoriais normais.
Clarividência -- conhecimento adquirido de um objeto ou evento sem o uso dos sentidos.
Precognição -- conhecimento que uma pessoa pode ter dos pensamentos futuros de outra pessoa, ou de eventos futuros.
Psicocinese -- a habilidade de uma pessoa de influenciar um objeto físico ou um evento, somente pensando sobre ele. (Alguns investigadores consideram a psicocinese como uma parte do psi, mas não estritamente "percepção" extra-sensorial).
A evidência citada para a PES é normalmente anedótica. Porém, às vezes é alegado que testes científicos em instituições de pesquisa respeitadas têm demonstrado de forma conclusiva que a PES existe; ou testes do governo têm provado ela; ou que os russos estão "trabalhando duro" nisto, etc. Às vezes os proponentes citam experiências específicas como tendo confirmado a existência da PES. Na realidade, é a opinião essencialmente unânime de psicólogos que a existência da PES não foi demonstrada. Todas as experiências proceduralmente válidas e reproduzíveis não têm demonstrado a existência da PES.
A inconsistência entre as alegações de PES e o conhecimento científico
Podem ser levantadas perguntas sobre todo aspecto da PES. A existência da habilidade de PES em humanos (ou animais, se for assim) não seria consistente com qualquer coisa que nós sabemos sobre a natureza-- seja do ponto de vista da física ou da fisiologia humana. Consideremos os aspectos fisiológicos primeiro.
Todos os animais superiores mostram a mesma organização fundamental de seus sistemas sensoriais. As células especializadas (neurônios) que formam o sistema nervoso central (SNC) do homem e de outros animais superiores são em si mesmas insensíveis a estímulos sensoriais. Para cada tipo de estímulo importante no ambiente, animais evoluíram órgãos sensoriais altamente especializados. Cada tal órgão do sentido contém células únicas, altamente adaptadas que às vezes são chamadas "transdutoras". Cada estímulo no ambiente envolve um tipo especial de atividade celular. Visão envolve detecção direta de partículas de luz (fótons). Audição envolve detecção direta de movimento de onda organizado de moléculas de ar. Olfato e paladar envolvem detecção direta de formas moleculares. Órgãos sensoriais (olhos, orelhas, nariz) apoiam as células especializadas para detectar fótons, movimento molecular, e formas moleculares diretamente. Estas células geram impulsos que viajam ao longo de fibras nervosas e que são processados então em áreas de troca e codificação intermediárias, alcançando o cérebro finalmente em uma forma que ele pode interpretar.
O próprio cérebro é insensível a informação sensorial. Se uma pessoa abrisse um crânio e expusesse o cérebro vivo à luz, som, calor, cheiros, etc., o cérebro estaria totalmente desavisado da aplicação destes estímulos em seus tecidos. Por razões óbvias, os órgãos sensoriais que contêm as células transdutoras ficam situados na ou perto da superfície do corpo em todos os animais, inclusive humanos. Quando nós aplicamos esta regra universal de natureza sobre entrada de informação no cérebro para alegações de telepatia, nós nos vemos em maus panos de todas as formas. Assuma que o cérebro de uma pessoa irradia algum tipo de "algo" enquanto ela pensa. Como o cérebro de outra pessoa saberia sobre isto? Em nenhuma parte na superfície do corpo há um órgão especializado que parece faltar uma função, e que contém celas transdutoras sensíveis a "forças desconhecidas." Nem, ao contrário do mito popular, há qualquer área grande do cérebro cuja função é desconhecida, e que poderia ser responsável por recepção e interpretação de sinais do órgão de PES hipotético.
Além disso, no curso da evolução muitos tipos de animais desenvolveram sentidos extremamente aguçados de um tipo ou outro (i.e., comparados aos dos seres humanos). Cachorros têm um olfato muito mais altamente desenvolvido que os humanos; falcões e águias, visão mais aguçada; morcegos, uma faixa de audição muito maior, etc. Onde está o animal que tem um sentido PES muito CONTINUA...
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