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30/07/2008

"Paz e Amor" no Vietnã

Como ele não sabe de nada e também não sabe nada...

Em mais uma de suas notáveis e eletrizantes viagens pelo mundo afora, Lulinha Paz e Amor entrou no Aerolula (igualzinho ao de George W. Bush) e mandou o piloto tocar para o Vietnã. Mas o que foi ele fazer tão longe que não pudesse fazer mais perto? Ora, tentar ganhar mais um voto para um lugar permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU, visitar outra Disneylândia da esquerda e, se possível, convidar mais um país para integrar o terceiromundista bloco BICHA (Brasil, Índia, China e Associados).

Como ele não sabe de nada e também não sabe nada, pensava que o Vitenã era aquele pequeno país que tinha derrotado os Estados Unidos como pequeno David tinha derrotado o gigante Golias. A analogia bíblica não é minha, é da lavra do Demóstenes de Garanhuns, que a proferiu num de seus muitos discursos na terra de Ho-Chi-Min, aquele vietnamita que durante algum tempo morou incógnito na Lapa de Madama Satã, Miguelzinho, Camisa Preta, Meia-Noite e Edgar (Rio de Janeiro, RJ).













Mas até aí, o cabra tinhoso estava certo. Só faltou acrescentar um pequeno detalhe: foi uma verdadeira vitória de Pirro. Os Estados Unidos perderam 58.000 homens, ao passo que o Vietnã – adicionadas as perdas do Viet-cong – perdeu 3.000.000 de homens! E isto para não falar nas perdas materiais que o transformaram numa terra arrasada com uma economia em pandarecos e o povo - quase sempre vítima daqueles que escolhe ou é escolhido para obedecer - matando cachorro a grito.

Ocorre que, quando o Vietnã ganhou a guerra, a China ainda era conduzida por mares tormentosos pelo Grande Timoneiro, Mao-Tsê-Tung, e vivia em estado de grande penúria, como, aliás, todo país socialista com a improdutiva economia dirigida e seu ignorante desprezo pelo consumo. Vide Cubanacan de El Coma Andante e a Coréia do Norte daquele pigmeu asqueroso cujo nome sempre me esqueço, respectivamente Museu Ocidental e Museu Oriental do Comunismo. E visite antes que acabem!

Mas, com a morte do Grande Timoneiro da Nau dos Insensatos, subiu ao Poder o camarada Deng-Chiao-Ping, um sóbrio entre ébrios que viu que, se continuasse o modelo econômico de seu antecessor, dentro em breve a China se transformaria numa grande Somália, num mato sem cachorro nem para fazer um churrasquinho canino tão apreciado pelos chineses.

Foi aí então que Deng-Chiao-Ping lançou seu novo modelo econômico intitulado “Um país, dois sistemas”, ou seja: em cidades do litoral como Beijing e Shangai funcionaria um capitalismo selvagem e no interior, um comunismo um pouquinho atenuado. Apesar de esdrúxulo, o novo sistema tinha lá seus méritos, era o que deu pra fazer...

E quando um jornalista perguntou ao novo líder chinês se, com o referido modelo, a China não estaria se transformando num país capitalista, Deng-Chiao-Ping respondeu citando um velho e sábio provérbio chinês da época dos mandarins tão odiados pelo camarada Mau. “Se o gato pega o rato, não importa a cor do gato”. Os politólogos ocidentais passaram a chamar isto de “pragmatismo chinês”.

Mas como Lulla de nada sabe e também nada sabe, pensava que o Vietnã ainda tinha uma economia dirigida e fechada para o exterior, apesar de ser uma “verdadeira democracia” semelhante à democracia direta preconizada por Rousseau e seus epígonos, latino-americanos, entre eles os intelectuais orgânicos do PT (Perda Total, no jargão das companhias de seguros).

Desse modo, ao visitar o general Vo Nguyen Giap (de 98 anos), grande estrategista militar que levou às vitórias pirrônicas contra a França e os Estados Unidos, o presidente Lula lhe disse que ''todos aqueles que amam a democracia'' o tinham ''como referência''. Pediu até que ele posasse numa foto ao lado de sua fanzoca: a companheira Estella, a Mãe do Pac. Melhor referência que esta somente Fidel Castro, o maior democrata do Caribe. E o homem mais rico também, segundo a inconveniente listinha da revista Forbes.

O velho general, membro de um partido totalitário de esquerda, deve ter ficado perplexo e, provavelmente cochichou ao ouvido do intérprete se era aquilo mesmo que aquele ocidental baixinho, barbudinho e de voz de barítono gripado queria dizer. Por acaso, não havia um equívoco na tradução, feita, aliás, por um velhinho chinês de Macau, conhecedor da língua e dos horrores da colonização portuguesa, raios as partam?!

Mas as batatadas de nosso despreparado, arrogante e verborrágico des(governante) não ficaram por aí. Numa entrevista coletiva, confessou que na década de 60 do século passado ele era um indivíduo despolitizado, mas como era ardoroso torcedor do Curíntia, (leia-se: “Corinthians”) - apesar de nunca ter sido membro dos Gaviões da Fiel - e seu time passava por uma fase muito difícil, ele tinha aprendido a “ficar do lado dos fracos e oprimidos”... Comovente! Maestro, por favor, ataque A Patética de Tchaikowsky como pano de fundo!

Isto me fez lembrar o Dom Quixote das Alterosas, Itamar Franco, que quando governava a República do Pão de Queijo, inconformado com o alto preço dos remédios, num de seus ímpetos criativos cogitou criar um Ministério dos Remédios. Tivesse ele feito isto e seu governo é que não teria mais remédio. Mas, em compensação, ele teria entrado para a história como o Defensor dos Frascos e Comprimidos.

Tendo aprendido “a ficar do lado dos fracos e oprimidos”, como o Cavaleiro da Triste Figura, Lulinha Paz e Amor deu sua abalizada versão da Guerra do Vietnã: ''Os vietnamitas eram baixinhos, magrinhos, contra os americanos, fortes, alimentados com hambúrguer.'' Essa nem Mount Python é capaz de superar!!!

De fato, tanto o MacDonald’s como o King’s Burger garantem que seus hambúrgueres são altamente nutritivos, com muita proteína de carne de minhoca. E completou: ''Não é pouco para um povo derrotar franceses e norte-americanos no mesmo século”. Para usar a expressão metaforizante do Lulla, é como se o time das Ilhas Salomão tivesse vencido de goleada as seleções do Brasil e da Itália ou Zé Magrão do Quixaramobim tivesse nocauteado Mike Tyson no primeiro round.

Como Lulla não sabe de nada e também não sabe nada, nem sequer passou por sua Cacciola, perdão: cachola, que nem o presidente do Vietnã nem qualquer outro membro do primeiro escalão do governo daquele país estavam interessados nas suas pirrônicas vitórias sobre seus inimigos do passado.

Estavam e estão muito mais interessados em intensificar suas relações no comércio internacional com seus ex-inimigos do mundo capitalista. Afinal de contas, desenvolvimento é um dever todos os governantes de países subdesenvolvidos, à exceção da Venezuela do companheiro Hugorila Chávez, mais interessado que está ele em comprar metralhadoras Kalishnikov enquanto as gôndolas dos supermercados de Caracas, ó Caracos!, estão ficando cada vez mais vazias e o povo não pode comer ideologia burra.

Mas como Lulla não sabe de nada e também não sabe nada, vai pagando micos pelo mundo afora transformando nosso país céu de anil em motivo de chacotas mil. Por exemplo, desde 2000 que o Vietnã tem mantido um proveitoso acordo bilateral no comércio com os Estados Unidos e outros países capitalistas ocidentais, não dando a mínima importância para as diferenças políticas. Como disse oportunamente o sóbrio editorial do Estado de São Paulo:

“É fundamental que um chefe de governo só se pronuncie sobre assuntos que envolvam outros povos quando essa referência sirva a um objetivo - político ou comercial -de estreitamento da relação bilateral. Não se admite, entre governantes, a conversa gratuita, tal como os bate-papos entre amigos que não precisam ter escopo ou conseqüência”.

“O que será dito por um governante no exterior necessita de um acurado preparo prévio, com assessoramento diplomático, para que não derive apenas de suas recordações pessoais ou velhas idiossincrasias. Isso quer dizer que não é o fato de Bush ter beijado a face barbuda de Lula na véspera, no encontro do G-8 no Japão, que eliminaria o mal-estar da diplomacia norte-americana ante o que disse o presidente no Vietnã.”

E ainda há imbecis que não só votaram em Lulla como também se recusam a acreditar que ele seja comunista, ainda que por mera conveniência. Na realidade, trata-se de um semiletrado alpinista social que descobriu a chave do sucesso: vomitar chavões esquerdistas em portas de fábricas do ABC e atrair as atenções dos intelectuais da Rua Maria Antônia, que o transformaram no mito do operário puro, honesto e incorruptível... Coisas que só acontecem no Haiti. Mas o Haiti é aqui, como já dizia Caetano, velho baiano.



apêndice I: beleza pura


A estatal Petrobras inaugura segunda-feira suas novas instalações... em Salvador (BA), terra do seu presidente, Sérgio Gabrielli, cujas pretensões político-eleitorais são conhecidas no Estado. Ele alugou por dez anos um prédio de quinze andares, por um valor sobre o qual sua assessoria faz mistério, para centralizar toda a área de pagamentos, distante mais de 2 mil quilômetros da Diretoria Financeira da empresa, na sede do Rio.O prédio que a Petrobras alugou em Salvador está sendo preparado para receber cerca de seiscentos funcionários. Oficialmente, o diretor financeiro Almir Barbassa decidiu transferir para a Bahia a área de finanças. Ele é o braço-direito de Sérgio Gabrielli. (Blog de Cláudio Humberto).

Uma vez, durante o governo de FHC, assisti a uma passeata em que funcionários da Petrobras portavam um cartaz em que se podia ler: O PETRÓLEO É NOSSO. Pensando bem, eles tinham toda a razão: o petróleo é realmente deles, como observou o arguto embaixador Meira Penna.




apêndice II: o bafômetro ao alcance de todos


Num desses cursinhos de informática, que se proliferam no País dos Analfabetos que nem gordas ratazanas, o professor perguntou ao aluno: “Romário Ronaldo, você sabe o que é feedback?” E o aluno: “Claro que sei, professor. Feedback é retroalimentação”. E o professor: “Correto. E você pode me dar um exemplo de um processo de retroalimentação?” “Claro, professor: A cana dá álcool e o álcool dá cana”.


Mario Guerreiro

Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade. Autor de obras como Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000). Liberdade ou Igualdade (Porto Alegre, EDIOUCRS, 2002). Já apresentou 69 comunicações em encontros acadêmicos e publicou 37 artigos

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